Steve Crocker, um dos responsáveis pelo nascimento da internet, palestrou na Campus Party na tarde desta quinta-feira (20). Crocker comentou sua trajetória desde os anos 60 como estudante da UCLA, onde trabalhou na criação da ARPANET, que foi a rede predecessora da web como conhecemos.
O palestrante começou sua apresentação comparando a Campus Party com Woodstock: um evento com pessoas que compartilham um mesmo ideal e as mesmas ideias.
No começo, esta rede era utilizada estritamente por militares e, assim como a internet, a ARPANET era um canal descentralizado. A rede militar utilizava a troca de pacotes para sua comunicação. Cada um desses packets (como são chamados em inglês) de dados eram compostos por mais ou menos 1000 caracteres.
Atualmente, como CEO da Shinkuro, uma empresa de desenvolvimento de novas tecnologias de segurança, Steve Crocker tem trabalhado num novo protocolo para a troca de dados chamado DNSSEC, como extensão ao DNS.
O protocolo oferece mais segurança, já que sua tecnologia é baseada em assinaturas criptografadas, gerando domínios únicos. Em tese, a aplicação difículta que um endereço seja forjado e/ou atacado, já que um nome DNS pode ser atacado com facilidade e dificilmente é identificado. No caso do DNSSEC, cada domínio tem que oferecer uma autenticação antes de iniciar qualquer conexão com o usuário.
Um exemplo de ataque DNS ocorreu quando Julian Assange, criador do Wikileaks foi preso. Ativistas, hackers e defensores de Assange promoveram um ataque em massa chamado DDoS, em que executam milhares de acessos ao mesmo tempo em um servidor e acabam, por fim, derrubando o DNS.
Steve Crocker mencionou ainda o uso do protocolo em nosso país. O Brasil foi o segundo país a adotar o DNSSEC, ficando atrás apenas da Suíça e é um verdadiro exemplo, oferecendo 100% de compatibilidade, sendo obrigatório somente para domínios .mil.br e .jur.br.
Um lista com todos os domínios disponíveis para registo, com o DNSSEC está disponível no site do Registro. br e pode ser acessado clicando aqui.