No último sábado, nós publicamos uma notícia relatando uma descoberta bombástica por parte da equipe do TecLab, informação que deixou a comunidade de overclocking com uma série de dúvidas quanto a algumas pontuações elevadas nos rankings.
Basicamente, a equipe liderada pelo overclocker Ronaldo “rbuass” Buassali descobriu uma falha grave no 3DMark que possibilitava a obtenção de pontos adicionais nos benchmarks sem qualquer esforço por parte dos competidores.
Aproveitando o gancho, nós enviamos um email para a Futuremark, cobrando uma resposta sobre o ocorrido para saber o que seria feito mediante a tais argumentos. Pois bem, não demorou muito e a resposta veio através do site HWBOT, que é a Liga Mundial de Overclocking.
Segundo a publicação, a Futuremark observou atentamente os vídeos do TecLab e ficou ainda mais intrigada quando nós publicamos a notícias. Após constatar o problema, a desenvolvedora do 3DMark já aplicou uma correção para detectar alterações nas configurações de tempo do aplicativo.
Entendendo o problema
Para quem não acompanhou o desenrolar da história, nós vamos dar uma breve explicação de um truque que pode ter alterado algumas pontuações de forma injusta. Os processadores funcionam com base em configurações de tempo (RTC), mas é possível realizar alterações no relógio para que ele trabalhe fora do ritmo normal (e funcione por mais tempo, conseguindo mais pontos).
Normalmente, aplicativos de benchmark detectam mudanças nesse sentido, mas, até agora, o 3DMark aceitava pontuações de com diferenças até 2% nesta configuração. Com um simples ajuste desses, o usuário poderia marcar até 300 pontos a mais no teste e ter seu resultado validado da mesma forma.
Em situações competitivas, esta vantagem é monstruosa e pode ser ainda mais gritante quando os usuários apelam para sistemas de refrigeração com nitrogênio líquido e realizam outros ajustes na voltagem do processador gráfico. Felizmente, a Futuremark já interviu para que pontuações com tais alterações não possam ser validadas.
E como ficam os resultados já existentes?
Considerando a grande representatividade do 3DMark no segmento competitivo de overclocking, já era de se esperar que a Futuremark não iria ficar de braços cruzados frente a tal artimanha, deixando resultados antigos sem uma verificação aprofundada.
Assim, conforme informado no site da HWBOT, a desenvolvedora do software de benchmarks está revalidando os resultados dos rankings — e invalidando muitos resultados em que o RTC apresente alguma mudança. A Futuremark tem um registro monstruoso de todos os detalhes dos testes, por isso é possível fazer este tipo de verificação nas atuais pontuações.
Da mesma forma, a HWBOT vai conferir novamente todas as pontuações dos rankings globais, evitando que possíveis fraudes atrapalhem os verdadeiros recordes. Parece que essa história ainda vai dar pano pra manga.
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