Imagine uma competição anual e global que reúne especialistas em overclocking ao redor do mundo inteiro, desafiando-os a utilizar qualquer tipo de técnica para quebrar os limites de seus próprios maquinários eletrônicos. Organizado desde 2008 pela MSI, o Master Overclocking Arena (MOA) é o maior e mais respeitado campeonato de overclock do mundo, reunindo participantes ao redor do globo inteiro através de etapas de qualificações regionais.
A edição 2013 está prevista para ocorrer em meados de outubro, em Taipei (capital de Taiwan). Os prêmios para os três melhores colocados serão de US$ 5 mil, US$ 3 mil e US$ 1,5 mil – além de diversos equipamentos fabricados pela MSI.
Após três meses de duras competições eliminatórias, a lista dos finalistas finalmente foi divulgada hoje (5) e conta com dois nomes brasileiros: Iuri Alvez Balzana (gnidaol), que fará sua terceira participação na final do mundial, e Ronaldo Buassali (rbuass), capitão do time Corsair 3DTeam X5, “Overclocking Emperor” por ter chegado a número 3 da liga mundial profissional, considerado um dos melhores overclockers do mundo.
(Fonte da imagem: Reprodução/HWBot)
Trabalho pesado
Buassali já participou de diversas edições do MOA e precisou fazer sua própria placa de vídeo para se classificar nas etapas preliminares das América, tendo como base um equipamento de nível relativamente inferior ao usado nas competições. De acordo com o especialista, todos os outros competidores utilizavam placas Lightning, que saem de fábrica preparadas para utilização de nitrogênio líquido (utilizado para o resfriamento dos componentes durante o overclocking).
(Fonte da imagem: Reprodução/Ronaldo Buassali)
Com a indisponibilidade deste equipamento no território brasileiro, Buassali adquiriu uma Radeon HD 7970 e fez diversas modificações pesadas no equipamento, combinando-a com a plataforma Intel X79. Como resultado, o equipamento ganhou 11 potenciômetros, teve seus mosfets trocados, todas as proteções removidas, recebeu uma fase adicional e um painel de controle.
A placa modificada também quebrou o recorde mundial do benchmark 3DMark Fire Strike Extreme, contabilizando um total de 6.208 pontos, com as frequências de 1735 / 1955 Mhz respectivamente em sua GPU e em suas memórias (o padrão é de 925 / 1375 Mhz). Na imagem acima, você confere como ficou o sistema de resfriamento utilizado por Ronaldo para frear o aquecimento da placa. Tal pontuação consagrou Buassali como o Campeão das Américas na etapa de qualificação.
Ronaldo exibe sua placa modificada (Fonte da imagem: Reprodução/Ronaldo Buassali)
Não basta apenas ter técnica
Balzana e Buassali enfrentarão representantes da Austrália, Canadá, Dinamarca, Indonésia, Itália, Japão, Polônia, Rússia, África do Sul, Ucrânia e Estados Unidos. Nas finais presenciais, todos os equipamentos utilizados pelos competidores são sorteados e idênticos, com o intuito de diminuir a diferença entre os recursos de cada participante. Contudo, conforme Ronaldo, “cada chip é como um ser humano” e dois componentes podem apresentar desempenhos diferentes mesmo que estes tenham as mesmas especificações técnicas.
“Numa decisão, todos os fatores devem ocorrer perfeitamente”, afirma o especialista, que acredita na combinação entre técnica, estratégia e sorte. “O competidor que ficar em último lugar em uma competição dessas não é necessariamente melhor ou pior do que os outros participantes”, comenta.
Na galeria de imagens abaixo, você pode conferir mais fotografias do trabalho realizado por Buassali e seu time composto pelos melhores overclockers da América Latina. A perda de equipamentos durante os testes e modificações é algo bastante comum, logo, é necessário ter um enorme cuidado com os aparatos de segurança e resfriamento.