Se você comprou um monitor recentemente ou está fazendo pesquisas para comprar uma nova TV deve ter reparado em algumas especificações técnicas que estão em voga. No entanto, você sabe diferenciar cada uma delas? Qual das tecnologias é melhor, plasma ou LCD? E mais, como escolher a TV ou o monitor ideal para o uso que você planeja?
Elaboramos uma análise para você entender como funciona cada uma das opções disponíveis no mercado e também desvendamos alguns mitos que acompanham o desenvolvimento dessas novas tecnologias.
Entendendo cada um deles: o que é LCD?
Antes de tudo precisamos entender o que é cada um deles, como e quando surgiram. Durante muitos anos, quem dominou o mercado de TVs e monitores foram os CRTs. A sigla se refere ao termo cathode ray tube (tubo de raios catódicos) e sua origem remete às experiências realizadas ainda no século XIX.
O domínio dessa tecnologia começou a ser ameaçado no início da década de 90, com o desenvolvimento da tecnologia de LCD (liquid crystal display). O que primeiro chamou atenção nesses produtos foi o seu tamanho – são mais leves e finos em relação ao CRT.
Seu funcionamento consiste em líquido polarizador de luz, controlado por via elétrica, comprimido dentro de duas lâminas transparentes. Por ser mais fina, leve e, com tempo, ter se tornado mais barata, o LCD passou a ser utilizado em praticamente todos os aparelhos portáteis como relógios, calculadoras, câmeras digitais e celulares.
Além das características físicas mais agradáveis, os aspectos técnicos também são bastante superiores ao seu antecessor. Menor distorção de imagem, devido ao fato das telas serem planas, e não curvas como CRT; menor emissão de radiação nociva, cansando menos a vista; e, por fim, consumo menor de energia.
Embora eficiente, um grande defeito das telas LCD é a falta de definição para fontes SDTV (standard-definition television), ocasionando perda de qualidade para transmissões de TV aberta e cabo analógicas e DVD. Além disso, como a resolução não é constante, a perda pode chegar até a 50% em imagens em movimento.
Se você quiser saber um pouco mais sobre LCD, confira aqui no Baixaki os artigos "Como funcionam as telas de LCD" e "Saiba o que levar em conta na hora de comprar um monitor LCD".
A solução: as telas de plasma
A saída foi desenvolver alguma outra tecnologia que pudesse corrigir esses problemas. Apoiada em pesquisas desenvolvidas pela IBM na década de 70, em 1997 a Fujitsu lançou no mercado a primeira tela de plasma.
O sistema foi desenvolvido tendo em vista o mercado de HDTV (televisores de alta definição) e tem como principal característica uma maior fidelidade na reprodução de cores. As telas de plasma utilizam substâncias gasosas (como xenon e neon) dispostas em pequenas células que agem como lâmpadas, emitindo luz ao receberem energia. Por isso, ao contrário das telas LCD, os painéis de plasma emitem luz própria e não necessitam de iluminação por trás (backlight).
As telas de plasma conseguiram corrigir alguns problemas da tecnologia anterior. O fato de cada célula ser iluminada individualmente faz com o brilho da imagem seja maior, o que facilita muito no caso de telas de dimensões maiores. Com cores mais vivas e maior contraste de imagem (a diferença entre pontos claros e escuros), a tecnologia de plasma poderia superar o LCD, não fosse por dois itens.
O primeiro deles é o consumo de energia, maior nas telas de plasma. E o segundo, e maior defeito da tecnologia, é o seu desgaste. As telas de plasma perdem qualidade com o tempo. Imagens estáticas “queimam” o fósforo da tela, fazendo com que ela fique manchada permanentemente. Por isso sua vida útil não é maior que cinco anos.
Entre as duas tecnologias, qual é a melhor?
A resposta para essa pergunta é: depende. Depende da utilização que você fará da sua tela, da sua grana e também de quanto tempo você está pretendendo ficar com o novo produto.
Em linhas gerais, se você utilizará o seu monitor predominantemente para assistir à TV, DVDs, Blu-Rays ou jogar videogame a opção mais indicada é a tela de plasma. A qualidade de imagem é melhor, as cores são mais vivas e o contraste de imagem é nitidamente superior.
Agora se sua tela servirá mais para aplicações que não requerem tantas imagens em movimento nem detalhes de cores, como redação de textos ou navegação na internet, a melhor opção é mesmo uma tela LCD.
No entanto, valem aqui algumas ressalvas para você pesar na hora da compra e ver se a relação custo x benefício vale a pena. As telas de plasma têm maior qualidade, mas em geral são mais caras, consomem mais energia e duram menos. As telas de LCD têm menor qualidade, mas são mais baratas, consomem menos energia e duram mais.
Ou seja: se você está disposto a pagar mais por qualidade e tem condições de, no médio prazo, comprar um produto mais avançado, vá em frente e compre uma tela de plasma. Agora se você quer comprar um aparelho para durar bastante e não é muito exigente com detalhes de cores, a LCD é a melhor opção.
Se você está procurando um monitor para games, confira outros detalhes para levar em conta no artigo "O que saber antes de comprar um novo monitor para os seus games".
Deitar uma tela de plasma pode estragá-la?
Lenda urbana. Não há nenhuma indicação de que uma tela de plasma seja danificada em função de você deitá-la ou não. Esse mito surgiu de alguns manuais de instrução, que orientam que o transporte de monitores de plasma seja feito na vertical.
Porém essa recomendação existe não em função do plasma, mas sim das condições de transporte. Como sabemos, boa parte das mercadorias transportadas no Brasil é feita via rodovias por caminhões. E nossas estradas não são nenhum tapete. Longe disso.
Como as telas nem sempre estão completamente envolvidas por um isopor de sustentação – em geral eles apenas sustentam a base do produto dentro da caixa – é mais seguro que as telas sejam colocadas na posição vertical, garantindo maior firmeza.
Até mesmo se você precisar transportar no dia a dia, dentro do seu carro, por exemplo, pode levá-la deitada sem problemas. Desde que, é claro, dirija com muito cuidado e evite trepidações e solavancos mais extremos.
Então, pensando no futuro, o plasma é a melhor opção?
Não. Definitivamente não. Se você está procurando o que há de melhor em termos de qualidade e planeja investir uma boa grana numa tela, você precisa conhecer a tecnologia OLED (Organic Light Emitting Diode).
A novidade foi disponibilizada comercialmente este ano pela Sony. Seu funcionamento é muito similar ao das telas de LCD (não requer luz de fundo e os pixels utilizam um material orgânico para emitir luz própria) o que acarreta numa significativa economia no consumo de energia.
Além disso, as telas de OLED têm apenas três milímetros de espessura! Isso mesmo, milímetros. Some a isso o fato de ela ser feita com uma finíssima folha de plástico, à prova d’água e dobrável!
Mas nem tudo são flores. O custo é ainda é alto – um modelo básico está na faixa de US$ 2.500 – e produtos com a tecnologia OLED ainda não estão disponíveis para venda direta no Brasil. E mais, a previsão de durabilidade dessas telas é ainda menor do que as de plasma.
A expectativa dos fabricantes é que, com o aumento das vendas, diminuam também os custos de produção. A idéia é que essa redução nos preços seja drástica, a ponto do usuário manter o seu aparelho e poder trocar apenas a tela pelo menos uma vez por ano.
Uma curiosidade: para quem quiser as ver telas de OLED em funcionamento nos cinemas, pode aguardar o lançamento do filme Homem de Ferro 2, em maio de 2010. As telas utilizadas por Tony Stark em seu laboratório (foto ao lado) usam essa tecnologia e têm um design de encher os olhos.
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