Uma nova revolução na computação móvel está a caminho. Pelo menos esse é o entendimento do CEO da NVIDIA, Jen-Hsun Huang, ao apresentar uma série de novidades durante a conferência da empresa realizada na tarde de ontem (5), na CES 2011.
Enquanto o foco das demais empresas parece ser ainda os tablets e os aparelhos de TV com suporte à tecnologia 3D, a empresa surpreendeu com uma apresentação impressionante e o lançamento de um novo conceito para os próximos anos: os superphones.
Um novo ponto de virada
Em sua apresentação, a NVIDIA comparou o momento atual em que vivemos ao frenesi que a chegada da internet e do sistema operacional Windows 95 causaram à época do seu lançamento. Segundo Huang, essas tecnologias foram determinantes para mudar a maneira como os usuários percebiam os PCs, nos anos 90, e a internet, nos anos 2000.
A nova década deve marcar a era da computação móvel e a conectividade entre os mais diversos tipos de dispositivos, onde quer que o usuário esteja. Esse processo de adoção da nova tecnologia está cada vez mais rápido e, por isso, a NVIDIA está otimista quanto ao desempenho dos seus novos produtos.
Antes de tudo um computador
Os smartphones foram os principais responsáveis por introduzir a computação móvel no dia a dia das pessoas. Entretanto, por mais funções que apresentem, os modelos atuais possuem hardwares limitados se comparados a netbook, notebooks ou PCs convencionais.
Os tablets, modelo intermediário entre os smartphones e os notebooks, apresentam como ponto positivo um hardware de melhor qualidade, mas o tamanho do aparelho faz com que não seja possível carregá-lo em seu bolso, por exemplo, um fator limitador da portabilidade.
Mas e que tal ter em mãos um aparelho do tamanho de um celular, mas com a mesma capacidade de processamento de um PC? É justamente nesse ponto que a NVIDIA espera iniciar a sua atuação no mercado, fornecendo hardware para o que ela pretende chamar de superphones.
Tegra 2 Mobile Superchip
Com foco total na computação móvel, a empresa apresentou ao mundo o Tegra 2 Mobile Superchip. O componente permitirá que celulares das mais diversas marcas possam executar com eficiência as funções de leitores de conteúdo, jogos e filmes em 3D.
O Tegra 2 é um chip para portáteis que pode ser comparado em termos de capacidade a um processador dual core. Além disso, os modelos de celulares devem vir equipados com uma GeForce GPU e um novo sistema de otimização de memória Flash desenvolvido em parceria com a Adobe. O hardware poderá será encontrado em produtos de diversas marcas como Motorola, Atrix, LG e até mesmo veículos da BMW.
Nascem os superphones
Fonte da imagem: LG
Para demonstrar o real potencial de um superphone nada melhor do que uma apresentação colocando à prova toda a sua capacidade. O modelo escolhido foi o LG Optimus 2X, equipado com um chip dual core Tegra 2 de 1 GHz.
Com capacidade de gravação em 1080p e saída HDMI, Jen-Hsun Huang conectou o aparelho a uma TV full HD e o resultado não decepcionou. Imagens em alta resolução executadas a partir de um celular, transformando o aparelho em uma espécie de central de entretenimento para o usuário.
Outra possibilidade é a de jogar games para Android, sistema operacional utilizado pelo aparelho, diretamente na tela da TV. Para demonstrar essa possibilidade, o jogo Angry Birds foi utilizado como exemplo e, mesmo em uma tela grande, a qualidade gráfica não deixou a desejar.
O renascimento do Flash
Para tornar possível o carregamento mais rápido de páginas da web, em especial aquelas com conteúdo em Flash, a NVIDIA, em parceria com a Adobe, desenvolveu uma nova ferramenta que permite carregar esse conteúdo em Flash até cinco vezes mais rápido.
Shantanu Narayen, CEO da Adobe, também esteve presente ao evento e não demonstrou preocupação com a chegada do HTML5. Segundo ele a empresa está focada em desenvolver quantas ferramentas forem precisas para os mais diversos dispositivos de forma a oferecer ao usuário a melhor experiência possível de navegação.
Sem mencionar a Apple, o CEO indicou ainda que, na atualidade, para que o usuário tenha a melhor experiência possível na web, é necessária a compatibilidade com o Flash e eles estão dispostos a se adaptar às necessidades dos SOs para tornar isso possível.
No telão ainda foi exibido um comparativo do LG Optimus 2X e outro smartphone acessando a mesma página da web com elementos em Flash. A diferença na velocidade de carregamento em prol do modelo equipado com o Tegra 2 foi extremamente significativa, tanto em rapidez quanto em desempenho.
Um celular melhor que o PlayStation 3?
Com uma capacidade de processamento acima da média para um celular e uma compatibilidade com a linguagem Flash nunca vista em um portátil, nada mais natural que a plataforma aponte para um provável reduto de jogos com qualidade gráfica superior.
Colocando à prova sua tecnologia, a empresa convidou Jeremy Stiegliz, da Trendy Entertainment, para apresentar o jogo Dungeon Defenders, baseado na plataforma Unreal Engine 3.
No palco foram colocados lado a lado três televisores. No primeiro, o jogo sendo executado em um PC. No segundo, o game em um PS3. E, no terceiro, o mesmo jogo no superphone da LG. De maneira impressionante, a imagem do jogo no celular competiu de igual pra igual com os demais concorrentes, se mostrando até mesmo mais refinada em alguns pontos no Optimus 2x.
Tegra 2 também em tablets
Com tanta capacidade de processamento e foco no conteúdo online, a Verizon, em parceria com a NVIDIA, demonstrou as primeiras imagens de um tablet da Motorola com suporte a conexão 4G. Segundo o VP da Verizon, Kyle Malady, com ele também será possível jogar games em alta definição e fazer streaming de vídeos em HD.
A demonstração do potencial do aparelho foi feita com a apresentação de uma videoconferência, via tablet, em resolução HD. Embora o hardware tenha dado conta do recado, a conexão do local do evento deixou a desejar e uma mensagem de “banda insuficiente” deixou claro outro aspecto: somente com 4G será possível transmitir uma quantidade tão grande dados.
ARM Core
Finalizando a apresentação, Jen-Hsun Huang falou sobre a arquitetura ARM de processadores. A empresa está trabalhando em projeto chamado “Denver”, desenhado para ser um processador de alta performance.
A nVIDIA está em negociação com a Apple, a Google e a Microsoft para que as empresas utilizem sua nova linha de processadores ARM. A proposta é expandir a tecnologia empregada em computadores de alto desempenho para celulares e dispositivos móveis.
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