A Nissan quer entrar de cabeça na briga pelo chamado segmento B europeu, que compreende os hatches compactos e que tem o Ford Fiesta como uma referência há bastante tempo. A arma da montadora japonesa é um modelo que é bem conhecido pelos brasileiros, apesar do nome diferente do lado de lá do oceano: o Nissan Micra, conhecido por aqui como March.
O pequenino passou por uma reestilização completa na Europa e agora está com uma cara bem mais adequada para o mercado de lá , com linhas mais retas e uma grade frontal marcante em V, inspirado no conceito Sway que foi apresentado no Salão de Genebra do ano passado. Em outras palavras: ele tá bonitinho pra caramba.
Carlos Ghosn, CEO do grupo Renault-Nissan, deixou claro quais sãos as intenções da marca com o novo Micra: “A quinta geração mostra nossa intenção de competir diretamente no topo do mercado pelo segmento B europeu, o mais competitivo do mundo”.
Para isso, o carro está mais comprido, mais largo e mais baixo que antes, graças a plataforma compartilhada com o Renault Clio – com o qual ele ironicamente vai disputar mercado e dividir espaço na fábrica em Elins, na França. São 3,99 metros de comprimento, 1,74 de largura, 2,52 na distância entre-eixos e a altura de 1,45 metro.
Além do tapa no visual, o Micra ganhou também mais espaço no interior e um pacote tecnológico melhor e mais competitivo, com uma tela de 7 polegadas com funções de navegação e mídia, além de conectividade com iPhones através do Apple CarPlay. Como um mimo, o pequenino vem com um conjunto de som da Bose com seis alto-falantes, um deles inclusive montado no encosto de cabeça do motorista para uma experiência de som mais imersiva.
Na parte de tecnologia, ele terá sensores de manutenção de faixa e frenagem automática em caso de colisão com pedestres, algo inédito para a Nissan na Europa. Reconhecimento de sinalização, assistente de farol alto e avisos de pontos cegos fecham o pacote de tecnologia volta para a segurança.
Na parte de motorização, haverão duas possibilidades logo de cara: um motor fornecido pela Renault de 0.9 litro e três cilindros a gasolina ou um 1.5 de quatro cilindros turbo movido a diesel, ambos gerando 91 cavalos de potência.
É prevista a chegada de um 1.0 de 78 cv no futuro, mas a melhor parte é que a preparadora da Nissan, a NISMO, pretende colocar a mão no carro e preparar uma versão com até 192 cavalos de potência.
Nada para o Brasil por enquanto
Se o novo March bonitão animou você, prepare-se para o balde de água fria: Carlos Ghosn foi taxativo ao dizer que o novo modelo não vem para o Brasil tão cedo – pelo menos não enquanto o país estiver em crise. O mais próximo que o carro deve chegar daqui é quando ele desembarcar no Canadá, o único país a recebê-lo fora da Europa.
Ele não descartou completamente a ideia de trazê-lo pra cá, mas afirmou que é preciso considerar o volume de vendas do mercado brasileiro, que caiu meteoricamente nos últimos anos e não demonstra sinais de recuperação imediata.
Pelo menos a gente tem o GT-R por aqui, né?
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