(Fonte da imagem: Philco)
Quando chegaram ao mercado, os netbooks rapidamente ganharam destaque e figuraram entre os produtos mais desejados pelos consumidores. A promessa de se ter um computador portátil, com configurações básicas e um preço acessível era o maior chamariz para que os “pequenos PCs” vendessem cada vez mais unidades.
Entretanto, apesar dos pontos positivos iniciais, os netbooks acabaram parando no tempo e abrindo espaço para que outros produtos incorporassem as suas funções. Rapidamente, smartphones cada vez mais potentes supriam os recursos oferecidos em um portátil de tela pequena.
A leveza dos tablets, ideais para navegação na internet e leitura, aos poucos foi tornando os netbooks obsoletos a ponto de a sua utilidade ser questionada no mercado. Mas por que isso aconteceu? Ainda há uma esperança de recuperação do fôlego de vendas do formato?
Um choque com a realidade
Embora a promessa de portabilidade e acesso à internet em ambientes Wi-Fi fosse cumprida à risca, era impossível esconder algumas decepções com os netbooks. O tempo de inicialização de um SO ia de encontro com a proposta de agilidade; as configurações limitadas impediam que, de vez em quando, algum aplicativo novo pudesse ser executado.
A tela pequena, na maioria das vezes com tamanhos menores do que 11 polegadas, dificultava a visualização de páginas da web. Com processadores menos eficientes e memória reduzida, travamentos e lentidão no carregamento de softwares estavam entre as principais reclamações dos compradores. Contudo, a portabilidade ainda compensava.
Teclado, pra que te quero?
(Fonte da imagem: Samsung)
A primeira investida contra os netbooks partiu dos smartphones. Com processadores cada vez melhores e um grande número de aplicativos, os aparelhos de celular pouco a pouco foram substituindo a necessidade de um computador propriamente dito. Além disso, com a popularização dos SO mobile, cresceu também a quantidade de conteúdo adaptada para o formato de tela dos computadores de bolso.
Mas o golpe mais pesado contra a linha de netbooks foi a introdução dos tablets no mercado. A partir do lançamento do iPad, o que se viu foi uma verdadeira enxurrada de modelos, de todos os tamanhos e preços. De uma hora para outra, a portabilidade deixava de ser um diferencial para os netbooks que, mais pesados e com menos recursos, começavam a despencar significativamente nas vendas.
Outro fator determinante para a insatisfação dos consumidores com relação aos netbooks foi o preço. Desde o seu lançamento, os valores dos netbooks praticamente não sofreram alterações, mantendo-se na faixa entre R$ 800 e R$ 1,2 mil. Já os notebooks, cada vez mais potentes e leves, tiveram queda acentuada de preço graças à forte demanda de mercado. Ou seja, encontrar um ótimo modelo gastando menos de R$ 1,5 mil se tornou quase uma regra.
(Fonte da imagem: Positivo / SIM)
Somado a tudo isso, problemas como a velocidade de inicialização e usabilidade deixaram de ser um empecilho para usuários menos experientes. Os tablets são mais intuitivos, dispõem de um maior número de aplicativos e dispensam pré-requisitos para que possam ser utilizados em praticamente qualquer função.
As baterias dos aparelhos também não mostraram muita evolução. Enquanto nos netbooks elas duram no máximo 4 horas, é comum encontrar, mesmo nos modelos mais simples, tablets em que a bateria é capaz de suportar até 10 horas de uso contínuo, um diferencial e tanto para quem gosta de levar seu computador para todos os lados.
A única barreira a ser quebrada é a da necessidade de teclado, que para muitos usuários já é a única razão de carregar um netbook na mala juntamente com um tablet, em vez de dispensar por completo o uso dos portáteis mais tradicionais. Contudo, para quem não se importa com o teclado virtual dos slates, a aposta em um netbook perdeu completamente o sentido.
O novo capítulo: a invasão dos ultrabooks
(Fonte da imagem: ASUS)
Para quem imagina que o conceito de netbook está obsoleto e eles estão fora do mercado, a nova investida da indústria atende pelo nome de ultrabook. Tratam-se de computadores portáteis, com layout e proposta inspirados nos pequenos PCs, mas com configurações robustas a ponto de deixar muitos notebooks de ponta comendo poeira.
Entretanto, embora conceitualmente sejam promissores, os primeiros modelos lançados nos Estados Unidos ainda esbarram em uma série de problemas. O maior deles está no preço, já que as máquinas com maior capacidade de processamento custam pelo menos US$ 1 mil. Embora mais leves e com tela maior, ainda é difícil para o consumidor diferenciá-los dos tradicionais notebooks.