A essa altura, a menção do navegador Vivaldi talvez já não seja uma novidade para você. Tivemos a oportunidade de falar um pouco sobre ele aqui no TecMundo no início deste ano, quando ainda estava disponível como uma prévia técnica, mas esse cenário mudou na última terça-feira (3) com o lançamento da versão Beta do software.
“Ah, navegador é tudo igual e serve apenas para abrir os sites que quero visitar”, alguns podem dizer. Porém, esse não é o pensamento da maioria, que prefere uma experiência diferenciada durante a sua navegação. E é aí que fica a pergunta: será que o Vivaldi consegue esse feito? Tentaremos responder essa pergunta nas linhas a seguir.
Com a sua cara
Você não vai precisar de muito tempo para descobrir que o Vivaldi vem com a proposta de oferecer uma navegação diferenciada para o usuário. Assim que abrir a caixa de opções, perceberá que ele traz diversas subdivisões para facilitar na hora de buscar aquilo que se enquadra no seu perfil, seja isso a possibilidade de mandar a barra de endereço para o rodapé da página ou até mesmo modificar algum atalho.
Aliás, é nessa área que percebemos o que os criadores do site queriam dizer quando mencionaram, lá atrás, que o navegador apresentaria opções de personalização. Na área de atalhos do teclado, por exemplo, é possível alterar qualquer uma das combinações apresentadas pelo Vivaldi e colocar aquela que mais o agrada. Não curte, por algum motivo, apertar Ctrl+N para abrir uma nova janela? Sem problemas, você pode modificar isso.
Outro detalhe bacana é a possibilidade de alterar o local de exibição das guias, que pode ser à direita, à esquerda, acima ou embaixo. Por mais que, a princípio, isso pareça apenas um detalhe bobo, para alguns é capaz de fazer a diferença e até mesmo de dar um charme especial para a página e fazer com que um visual, junto com todas as outras opções, dificilmente seja igual ao outro.
Facilitando a navegação
Outro recurso que merece ser mencionado aqui é a possibilidade de organizar várias guias em apenas uma. Essa opção se mostra extremamente útil quando temos uma situação parecida com a seguinte: você está ouvindo uma música no YouTube, checando seu email e realizando uma pesquisa em três guias diferentes. Isso faria com que cinco delas ficassem abertas, mas tal número pode ser resumido para três.
Caso queira facilitar a sua vida, tudo que você precisa fazer é arrastar a guia que deseja manter agrupada sobre uma outra e soltar o botão do mouse assim que a aba principal ficar cinza. Quando isso acontecer, vai ver que uma barra passará a ser exibida acima dela, e para alterar a página visualizada basta clicar nestes indicadores horizontais (e, para nós, essa é de longe uma das melhores opções trazidas pelo navegador).
Outra opção, essa totalmente cosmética e ainda relacionada às guias, é que o navegador altera a cor de exibição para tentar deixá-la próxima da cor principal do site. Caso abra o TecMundo, por exemplo, a guia será azul, enquanto no TecMundo Games a tonalidade é laranja e no Gmail a coloração é vermelha.
Já para aqueles que gostam de tomar notas durante a navegação, não é preciso abrir o Bloco de Notas ou mesmo o Word para realizar tal tarefa, uma vez que você conta com uma opção para fazer anotações enquanto está no Vivaldi: basta clicar no ícone de uma folha que está na barra de opções para não perder nenhum detalhe daquilo que deseja lembrar posteriormente.
E vale a pena?
Pelo pouco que pudemos conferir durante o nosso teste, a resposta para a pergunta acima é sim, o Vivaldi tem grandes chances de aparecer como o navegador favorito de muitas pessoas, superando inclusive alguns que já estão consagrados no mercado, como o Firefox e o Chrome.
É verdade que ele ainda não possui opções de sincronização de configurações, personalizações de interface e modos variados para exibir a barra de ferramentas, mas essas ausências se tornam pequenas quando também jogamos na balança a possibilidade de carregar páginas sem imagens (ótima para conexões mais lentas) e, principalmente, a facilidade de utilizá-lo.
Com a palavra, um dos criadores
Caso queira saber um pouco mais sobre o Vivaldi, recentemente a equipe do TecMundo teve a oportunidade de bater um papo com Tatsuki Tomita, um dos responsáveis pela criação do navegador, para saber um pouco mais do que está por vir e os planos da equipe para o Brasil. Confira a seguir:
TecMundo: Por que vocês escolheram o nome Vivaldi para o navegador?
Tatsuki Tomita: Queríamos ter um nome que fosse internacional. Vivaldi é um compositor que muitas pessoas conhecem e um nome que pode ser reconhecido não importa onde você esteja. Também queríamos um nome que não precisasse de tradução.
Além disso, Vivaldi foi um compositor que inovou à sua época, e também queríamos passar essa ideia de algo inovador com um nome que pudesse ser compreendido em qualquer lugar.
TecMundo: Isso também foi uma forma de criar uma relação entre o Vivaldi e o Opera, já que vocês também trabalharam nele?
Tomita: Sim, tem um pouco disso também... música e coisas do gênero (risadas).
TecMundo: Em que parte do desenvolvimento vocês decidiram adicionar opções como a de juntar guias e outras apresentadas pelo Vivaldi?
Tomita: Isso foi parte de um processo orgânico. Algumas opções nós já queríamos ter desde o início, então começamos a trabalhar nelas e depois colocamos à disposição do público para ter o retorno da comunidade. Também tentamos disponibilizar algo novo semanalmente, mesmo quando elas não estão completas para que os usuários possam dar sua opinião, já que eles também fazem parte do processo de desenvolvimento.
TecMundo: E quanto ao suporte a extensões?
Tomita: Atualmente o usuário pode usar extensões do Chrome no Vivaldi, mas nem todas funcionam. Para o futuro, a ideia é termos a nossa própria área de extensões, onde será possível obter esse tipo de arquivo.
Tatsuki Tomita, um dos criadores do Vivaldi
TecMundo: Há planos de uma versão mobile do Vivaldi?
Tomita: No momento estamos concentrados na versão para desktops, mas é algo que está nos planos sim.
TecMundo: E quanto a uma data oficial de lançamento, vocês já têm um período em mente?
Tomita: Temos uma ideia, mas como o desenvolvimento é um processo colaborativo com a comunidade estamos pensando em algo como “lançaremos quando estiver pronto”...
TecMundo: Algo estilo Blizzard [a produtora de jogos costuma usar a mesma filosofia]...
Tomita: (risos) Exatamente. Mas esperamos que seja em breve.
TecMundo: E quanto ao Brasil, como você classificaria a força do nosso país para o Vivaldi?
Tomita: O Brasil está no nosso “top 10”. Países como Estados Unidos, Rússia, Japão e Alemanha ocupam posições mais elevadas, mas já na época do Opera nós tínhamos uma boa base de usuários no país. Mesmo assim, ficamos surpresos com a quantidade de downloads que eram feitos por aqui, ainda que a velocidade de internet usada por muitos habitantes locais não seja muito boa.
TecMundo: Quais são os planos para o nosso mercado?
Tomita: No momento, não temos planos muito concretos para compartilhar. Entretanto, posso dizer que gostaríamos de trabalhar com empresas locais para encontrar formas de tornar o Vivaldi um produto com mais visibilidade. Queremos investir em mais ações com membros da mídia e parceiros para, quem sabe no futuro, termos um escritório por aqui também.
Você já testou o Vivaldi? O que achou do navegador? Comente no Fórum do TecMundo