Desde que foi inventado, em 1964, o mouse mudou pouco. Da estrutura de madeira de quase 50 anos atrás, passamos pela “bolinha”, ótico, Scroll, wireless, darkfield e só. Ao contrário dos computadores, notebooks ou monitores, o mouse quase nunca é o protagonista e, por isso, evoluiu pouco em comparação ao resto do micro.
No entanto, a Microsoft lançou durante a TechFest 2010 um protótipo que promete revolucionar a forma como navegamos. Chamado de Cloud Mouse, pois finalmente a empresa percebeu que a computação em nuvens é o futuro (já era hora!).
O 3D é a bola da vez
Com o Cloud Mouse será possível navegar pelo computador ou internet como se estive em um grande túnel. Ao mover o mouse para determinados lugares, novos ângulos de visão de aplicativos, perfis em redes sociais, imagens e muito mais são possíveis, dando a impressão de que você está imerso na tela.
A Microsoft Research Asia e a Microsoft Research Cambridge (centros de pesquisa e inovação da empresa) apostam que a nuvem será um ambiente rico onde as experiências imersivas serão extremamente envolventes. Por isso, o projeto Cloud Computing: New Cloud-Computing Interaction (Computação em Nuvem: Nova Interação na Computação em Nuvem, em tradução livre) investe nesse conceito e aposta no desenvolvimento da tecnologia 3D para sair do papel.
Como assim?
No vídeo a seguir é possível ter uma ideia de como o Cloud Mouse vai funcionar. Apesar de ser demonstrado em um ambiente em 2D, você já deve ter percebido que os monitores, televisores e muitos outros equipamentos tendem a trazer o 3D para o nosso cotidiano. Por isso, é questão de tempo para que os ambientes em três dimensões populares se tornem populares.
Como o Cloud Mouse vai funcionar?
De acordo com Richard Harper, um dos principais desenvolvedores do projeto, “um desktop bidimensional não é mais suficiente para capturar ou converter em tempo real os relacionamentos entre informações, pessoas ou lugares. A computação em nuvem chama para uma nova interação com o metaverso e, para isso, necessitamos de tecnologias de troca”.
Portanto, a maior intenção do novo hardware é fazer o usuário se sentir dentro da nuvem e, com isso, conseguir interagir da forma mais natural e eficiente possível. Agregando as tecnologias de telas táteis, projetores em três dimensões, realidade aumentada e muito do que ainda está por vir, o mouse seria como um controle remoto para todas as novas tecnologias.
Como você pôde ver no vídeo, o Cloud Mouse não tem fio, por isso o campo de utilização não fica restrito a alguns centímetros de cabos. Para aumentar a experiência de uso, sempre que se realiza algum movimento, vibrações ou sons ajudam a ter mais controle e sensibilidade nos movimentos.
O reconhecimento dos movimentos do usuário, provavelmente, é feito com o auxílio de câmeras (assim como na navegação por gestos) ou por componentes que se comunicam via radiofrequência, ou ainda, alguma outra tecnologia. Com alguns movimentos pré-estabelecidos, é possível realizar diversas ações, como arrastar objetos, iniciar uma conversa ou compartilhar arquivos.
Será este o futuro?
O protótipo do Cloud Mouse chama a atenção pela modernidade, mas, convenhamos, ainda está muito próximo do mouse a que estamos acostumados. No entanto, não deixa de se diferenciar pelas curvas e pela leveza da base de recarregamento. Sem dúvida, a ideia de transportar o usuário para a nuvem é genial, pois como nunca, será possível conhecer a extensão e as possibilidades da internet e da tecnologia.
Como era de se esperar, o Cloud Mouse não tem previsão de chegada ao mercado ou quem sabe ele nem chegue, pois quem garante ser ele o futuro dos computadores e da navegação? É possível que outra tecnologia ainda mais revolucionária seja lançada e tudo mude, assim como aconteceu com o lançamento do mouse há 46 anos: uma revolução na forma de usar o computador.