Lançamento da MAVEN (Fonte da imagem: Reprodução/NASA)
A NASA realizou na tarde de ontem o lançamento de sua nova sonda espacial com destino à Marte: a MAVEN. A nave voa em direção ao Planeta Vermelho com uma missão bastante específica: estudar a sua atmosfera.
O lançamento do foguete com a sonda não tripulada ocorreu diretamente de uma das principais bases da agência espacial dos Estados Unidos, Cabo Canaveral, na Flórida. A viagem até Marte não será das mais curtas, uma vez que ela deve demorar cerca de 10 meses até chegar ao planeta.
MAVEN é a sigla para Mars Atmosphere and Volatile Evolution, o que já aponta algumas das principais missões da sonda. Ela deve analisar a atmosfera do Planeta Vermelho e descobrir como foi a sua evolução nos últimos milhares de anos, tentando apontar também como é que o lugar se tornou um completo deserto.
Para onde foi a água?
Para cumprir os seus objetivos, a MAVEN não deverá chegar à superfície de Marte. A ideia é que ela fique na órbita do planeta para que possa analisar as camadas da sua atmosfera – principalmente a chamada “atmosfera superior”.
Autorretrato da Curiosity em Marte (Fonte da imagem: Reprodução/NASA)
Alguns dos objetivos da missão tem a ver, inclusive, com os resultados obtidos por outra sonda enviada pela NASA, a Curiosity. Isso porque ela conseguiu reunir várias evidências novas de que o Planeta Vermelho contava com água em abundância na sua superfície. A ideia é tentar descobrir as causas de todo esse líquido ter desaparecido do planeta.
Segundo o G1, o chefe científico da missão, Bruce Jakosky, da Universidade do Colorado, citou que "quando a água líquida fluía em abundância em Marte, como demonstram muitos indícios, o planeta devia ter uma atmosfera mais densa, que produzia gases de efeito estufa, permitindo que a região fosse mais quente".
Dessa forma, uma das missões da MAVEN é ajudar a descobrir o que aconteceu, para onde foi toda a água e que fim levou o CO2, uma vez que ambos formavam uma atmosfera mais densa. Assim, boa parte dos objetivos da sonda tem a ver com a história do Planeta Vermelho.
Sonda deve atuar como uma espécie de satélite (Fonte da imagem: Reprodução/NASA)
Outro ponto que chama a atenção no projeto é o fato de que, ao compreenderem a história de Marte, os cientistas também podem criar projeções de como o planeta pode ser habitado um dia – ou mesmo se já ouve algum tipo de vida no local.
Dessa forma, compreender o seu comportamento climático e até mesmo a história do clima do planeta é parte essencial para apontar o seu potencial para abrigar vidas um dia. De acordo com o Inovação Tecnológica, atualmente Marte é totalmente seco e possui uma atmosfera com uma densidade equivalente a apenas 1% da densidade da atmosfera terrestre.
Investimento pesado
Para lançar MAVEN até Marte, a NASA investiu nada menos do que 671 milhões de dólares (aproximadamente 1,5 bilhão de reais, em conversão livre). O gasto é alto, contudo é bem menor do que o que a agência investiu para mandar a Curiosity para Marte. Vale lembrar que o simpático robozinho custou aos cofres norte-americanos cerca de 2,5 bilhões de dólares.
Para realizar os seus estudos, a sonda levará oito instrumentos diferentes, além de nove sensores. Entre eles, um magnetômetro, um espectrômetro de massa (para determinar as estruturas moleculares dos gases atmosféricos) e um sensor Swea (Solar Wind Electron Analyzer), para analisar os ventos solares no Planeta Vermelho.
Além disso, a MAVEN também vai se juntar às sondas e rovers que já estão em Marte para ajudar na sua comunicação com a Terra. De acordo com Charles Bolden, administrador da NASA, “todo esse trabalho deve preparar a agência para missões humanas até lá por volta de 2030”.
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