Atualmente há cerca de 387 milhões de pessoas no mundo que possuem alguma das formas da diabetes, síndrome metabólica causada pela ausência ou mau funcionamento de insulina (uma proteína) no organismo, o que causa o aumento da glicose no sangue. A previsão é de que até 2035 o número de pessoas afetadas pela doença aumente para 600 milhões.
A companhia médica DexCom desenvolve equipamentos para controle dos níveis de glicose no sangue. A empresa acaba de estabelecer uma parceria com a divisão de ciências humanas da Google X para projetar e comercializar dispositivos ainda menores de controle da diabetes.
Os aparelhos vendidos hoje pela DexCom são sensores presos no corpo com adesivos que detectam os níveis de glicose sob a pele. Eles então enviam as informações coletadas no sangue do usuário para um dispositivo portátil, com o tamanho aproximado de um celular.
Um sensor DexCom G4, lançamento mais recente da empresa - Imagem: Healthline
O objetivo da parceria com o Google X é utilizar o conhecimento em miniaturização de seus funcionários para criar minúsculos sensores adesivos descartáveis, baratos e que sejam capazes de transmitir as informações coletadas para um servidor em nuvem. Dessa forma, os dados poderiam ser vistos em qualquer dispositivo com conexão à internet, eliminando a necessidade do dispositivo de monitoramento a tiracolo.
No ano passado a Google já tinha anunciado que estava trabalhando em lentes de contato capazes de detectar o nível de glicose no organismo de uma pessoa, também produzidas pela divisão de ciências humanas da Google X. Para ganhar acesso às tecnologias desenvolvidas pela agora subsidiária da Alphabet, a DexCom pagou inicialmente US$ 35 milhões (cerca de R$ 123 milhões) em ações para a Google.
Lente de contato capaz de detectar o nível de glicose de uma pessoa - Imagem: Google
Além disso, a empresa se comprometeu a pagar mais US$ 65 milhões (R$ 228,5 milhões) à Google por cada venda que exceder os US$ 750 milhões (RS 2,6 bilhões), em ações ou dinheiro. Os primeiros frutos dessa parceria devem chegar ao mercado daqui a três anos, com produtos adicionais sendo lançados dois anos depois.
Os lucros da DexCom, que já vêm aumentando em ritmo acelerado desde o ano passado, poderiam alcançar valores astronômicos com a adoção em massa da tecnologia que está desenvolvendo junto com a Google. Dessa forma, a opção por ações da companhia médica parece fazer muito mais sentido para a gigante de Mountain View do que o simples pagamento direto.
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