Um grupo de físicos da Universidade de Mainz, na Alemanha, acaba de construir um motor ridiculamente minúsculo. E quão pequeno ele seria? Do tamanho de um átomo, para ser bem preciso – apenas um pouco maior do que o próprio átomo que ele usa como fonte de energia.
Segundo a revista Science, o mecanismo, que é movido a combustão, consiste em um único átomo revestido por um cone nanoscópico de radiação eletromagnética. De maneira semelhante ao motor de um carro comum (e com um nível de eficiência parecido), o calor gerado pelo dispositivo é convertido em energia mecânica.
O motor funciona como os motores de carro a combustão, usando a expansão e a contração geradas pelo calor e pelo resfriamento do mecanismo
Vale notar que essa não é a primeira vez que cientistas conseguem criar motores absurdamente pequenos. Embora esse seja o primeiro a alcançar uma escala tão pequena, o grupo de cientistas já havia desenvolvido micromotores compostos de apenas 10 mil partículas, por exemplo.
Como se tudo isso não fosse suficientemente impressionante, a equipe de cientistas explica que seria possível criar um motor ainda menor, em teoria – mas não muito. “Você poderia usar um elétron no lugar de um átomo, mas de um ponto de vista científico não há diferença, já que ambos são tratados como partículas únicas e se comportam da mesma maneira”, explicou Johannes Roßnagel, líder da pesquisa.
Um motor não tão pequeno assim
É melhor não se animar demais, no entanto, com a possibilidade de ver a tecnologia em funcionamento em um dispositivo em um futuro próximo. O motivo, como Roßnagel admite, é simples: enquanto o motor em si é pequeno, o maquinário necessário para criar o cone eletromagnético, bem como o conjunto de lasers que controla o aquecimento e o resfriamento do mecanismo, ocupam o espaço de um cômodo inteiro.
O minúsculo motor está ali dentro, mas precisa de uma enorme quantidade de equipamentos para funcionar
Isso não quer dizer que a tecnologia desenvolvida por eles foi um fracasso. Na verdade, o projeto funcionou perfeitamente para o objetivo da equipe: descobrir mais sobre os fundamentos da ciência que envolve os motores a calor. O fato é que até agora os cientistas não tinham certeza se era possível criar algo tão pequeno que funcionasse.
Mesmo assim, Roßnagel avisa: “Eu não vejo uma aplicação direta para este motor. Nós fazemos pesquisa fundamental e tentamos ter uma melhor compreensão da termodinâmica de partículas únicas”.
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