governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua enfrentando situações controvérsias. Uma das mais recentes atinge a divisão de ciência do Departamento de Ciências e Política Tecnológica (OSTP, no inglês) da Casa Branca, que está sem funcionários desde a última sexta-feira (30), quando os três últimos integrantes deixaram o edifício.
Os três empregados pertenciam à administração do presidente anterior, Barack Obama. No total, eram nove pessoas sob sua liderança, todos com cargos executivos e envolvendo questões como educação, biotecnologia e resposta a possíveis crises.
No último dia 30 de junho, Eleanor Celestre, diretora-assistente de ciências biomédicas e forenses, confirmou em sua conta pessoal no Twitter que o departamento de ciências está fechado.
Não foi informado o que teria levado os empregados do setor de de ciência — que compõe uma das quatro subdivisões da OSTP — a abandonar o local, mas as baixas podem estar ligadas às diferentes abordagens de Trump e Obama em relação ao trabalho científico no país. Em entrevista à rede de TV CBS News, uma pessoa que trabalha na Casa Branca e que não quis se identificar disse que, sob a administração de Obama, "a OSTP cresceu exponencialmente sobre o que tinha sido antes", expandindo o quadro de funcionários de 50 para mais de 100 integrantes.
Reprodução / Elle Celeste
Kumar Garg, outro ex-funcionário da OSTP, publicou em seu Twitter que "o número de funcionários do departamento de ciência da OSTP é igual a zero". Garg ainda afirma que Obama teve "uma forte crença na ciência, na crescente interseção de ciência e tecnologia e em uma série de questões políticas".
Atualmente, a gestão Trump mantém apenas 35 pessoas nas quatro divisões da OSTP. De acordo com o funcionário anônimo, o trabalho que estava em desenvolvimento na divisão de ciência continua em andamento na OSTP, mas possivelmente em outros setores.
By COB today, number of staffers in White House OSTP's Science Division = 0. https://t.co/o4dsn4y3hO
— Kumar Garg (@KumarAGarg) 30 de junho de 2017
Ao que tudo indica, o governo atual não demonstra o mesmo comprometimento com a ciência, principalmente após a nomeação de Scott Pruitt como chefe da Agência de Proteção Ambiental americana (EPA, na sigla em inglês). Antes de assumir o cargo, Pruitt passou parte de sua carreira atacando a entidade e se negava a seguir regras de redução de emissões de gases tóxicos na atmosfera. O executivo também nunca concordou que a atividade humana está causando mudanças climáticas irreversíveis em todo o no planeta.
Até setembro deste ano, a EPA deve ter apenas 11 membros, contra 68 de alguns meses atrás. A previsão é que mais de 1,2 mil postos de trabalho na agência sejam eliminados.