A segunda geração dos relógios inteligentes da Motorola com Android Wear acabou de chegar ao Brasil, mas a marca trouxe para cá apenas a versão Sport do seu Moto 360. Ele funciona basicamente da mesma forma que o modelo comum, porém tem uma pulseira emborrachada de silicone e GPS integrado.
Com isso, a empresa quer se destacar no mercado, trazendo um aparelho mais completo que a concorrência, capaz de servir tanto para usuários mais esportistas quanto os mais casuais. Ele realmente combina com quase tudo o que você veste, mas será que vale a pena comprar um?
Visual
Para começo de conversa, no Brasil, só a versão preta do aparelho está à venda por enquanto. Também não é possível remover a pulseira e trocar por outra depois. Por isso, tenha certeza do que você está comprando.
Ademais, seu design é muito neutro e chama pouca atenção. Isso quer dizer que, caso você esteja preocupado em andar pela rua com um aparelho caro no pulso, é muito difícil algum ladrão ficar de olho nele. O Moto 360 Sport consegue se camuflar muito bem, passando a impressão de que é um relógio supercomum.
Contudo, assim que você sente o smartwatch pela primeira vez em suas mãos, é possível notar que esse não é o caso. Ele feito com materiais de boa qualidade, desde o silicone da pulseira até o metal e o vidro da caixa. Falando nisso, ela mede 45 mm de diâmetro e 11,5 mm de espessura.
Essa carcaça ainda possui certificação IP67, o que garante a ele resistência à poeira e à água, isso em um metro de profundidade por até 30 min. A empresa deixa bem claro que isso não quer dizer que se trata de algo completamente à prova d’água.
Conectividade
Já é comum em novos relógios com Android Wear, mas vale a pena comentar que o Moto 360 Sport tem conectividade WiFi b/g , além do já tradicional Bluetooth 4.0 LE. Com essa nova opção, o relógio consegue se manter funcionando normalmente, mesmo a uma distância considerável do seu smartphone.
Note ainda que, apesar de conseguir ser pareado com aparelhos Windows Phone, o relógio só funciona mesmo com aparelhos Android 4.3 ou posteriores ou ainda iOS 8.2 ou superiores.
Como se trata de um utilitário para esportes, você consegue armazenar músicas localmente nele através do app Google Play Música, conectá-lo a um fone Bluetooth e sair pela rua correndo.
O app do Spotify infelizmente só funciona como um controlador do app que vai instalado no celular. Por isso, você até consegue ouvir música do serviço com fones sem fio, mas os três aparelhos precisam estar sincronizados. Com o Play Música, o smartphone é dispensável.
Software
O Android Wear do Moto 360 é o 1.3, que é baseado na versão 5.1.1 do Android tradicional. Esse software, combinado ao processador mais poderoso, torna essa geração do relógio muito mais responsiva e funcional do que víamos no primeiro relógio da Motorola. Ele era bem lento e travava com frequência. A versão Sport, entretanto, não tem mais esses problemas, apesar de ainda apresentar rápidas ocorrências aqui e ali.
Vale destacar ainda a presença do app Moto Body, que é exclusivo da Motorola. Ele é consideravelmente mais avançado que o Google Fit, trazendo mais opções de rastreamento de movimentos. A solução mostra inclusive gráficos construídos semanalmente com os seus dados de batimentos cardíacos, passos, corrida e queima de calorias. Infelizmente, não é possível rastrear o seu peso, mas o Google Fit permite registrar isso regularmente pelo celular.
Possibilidades
O hardware do Moto 360 Sport é bem comum para relógios inteligentes dessa geração. Temos um processador Snapdragon 400, 512 MB de RAM e 4 GB de espaço de armazenamento. Pode parecer pouco, mas isso é mais que o suficiente, já que o sistema não permite armazenar fotos e músicas fora de apps específicos. É tudo dedicado aos apps.
Falando em apps, eles têm evoluído muito nessa plataforma, e a maioria é gratuita, tirando as watch faces, que normalmente são pagas. Você pode instalar o Shazam, por exemplo, e pedir para o smartwatch identificar que música misteriosa está tocando. Dá também para usar o Easy Taxi para chamar um táxi sem nem tirar o celular do bolso, isso sem contar outras diversas possibilidades, como games e utilitários.
Temos que comentar também sobre os comandos de voz, que funcionam muito bem nesse relógio. O reconhecimento é inclusive melhor que na maioria dos celulares Android que já testamos. Isso é interessante porque você consegue responder mensagens do WhatsApp, por exemplo, com muita precisão sem interagir com um teclado virtual nessa telinha diminuta. Já dá para fazer muitas pequenas coisinhas legais com o Android Wear.
A frase que acorda o relógio para realizar os comandos diretos é a tradicional “Ok, Google”, mas ela pode não funcionar muito bem em locais barulhentos. Nesses casos, é necessário ativar o reconhecimento de voz manualmente e falar mais alto.
Vale a pena?
O Moto 360 é uma das melhores opções que você encontra no mercado brasileiro de smartwatches atualmente. Ele conta com GPS e tem uma tela que permite ver o conteúdo mesmo sob sol forte. A Motorola inclusive destaca que a relação "tela vs. bordas" é muito vantajosa. Confira a comparação.
A bateria, por sua vez, aguenta qualquer tranco. Conseguimos chegar ao fim da noite com mais de 20% de carga mesmo depois de um dia com muita atividade física e interação com o relógio.
Ele ainda é bonito e cai bem na maioria das situações cotidianas, a não ser que você trabalhe de terno e gravata. No fim das contas, o Moto 360 Sport consegue fazer tudo que está no seu alcance com muita qualidade, apesar de algumas rápidas travadinhas em situações isoladas. Ele é realmente um relógio muito conveniente.
O problema é o preço. Por não ser fabricado no Brasil, ele chega ao mercado por salgados R$ 1.999. Isso é mais que o dobro do valor de lançamento da primeira geração do Moto 360 por aqui. Não é um relógio barato, mas ele certamente tem qualidade. Caso você esteja disposto a gastar R$ 2 mil em algo que vai tornar sua vida mais conveniente, vale a pena comprar o aparelho da Motorola.
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