Quem faz questão de ter um equipamento adequado a jogos eletrônicos sabe que é preciso pesquisar bastante antes de adquirir um novo monitor ou televisão. Em vez de simplesmente entrar em uma loja e escolher o modelo mais bonito ou com tela maior, é necessário gastar tempo pesquisando uma série de especificações que fazem uma grande diferença na experiência que você vai obter.
Entre os aspectos que sempre são discutidos por quem é adepto de uma boa jogatina estão o tempo de resposta e a taxa de atualização de um equipamento (além de resolução, contraste e outros fatores igualmente importantes). Essas informações, que podem parecer “algo de outro mundo” para muitas pessoas, são mais simples de entender do que você imagina — e é justamente isso o que provamos neste artigo.
Tempo de resposta
O tempo de resposta de um monitor ou televisão indica o intervalo necessário para um pixel ativo (preto) ficar inativo (branco) e voltar a ser ativado novamente (preto). Uma forma simples de entender isso é pensar no intervalo que um obturador de uma câmera leva para se abrir e fechar totalmente.
Vale notar que muitas fabricantes indicam em seus produtos não o tempo que um pixel leva para ser ativado e desativado, mas sim o quanto um display demora para mudar cores em escala de cinza. Como demora menos tempo para isso ocorrer, algumas companhias apostam nesse valor como forma de atrair mais consumidores — o que só é vantajoso para o lado que está lucrando com isso.
Em outras palavras, esse termo define a velocidade com a qual um painel permite que a luz passe por ele. Medido em milissegundos, esse aspecto indica a quantidade de artefatos que um equipamento vai produzir quando você assistir a um vídeo ou jogar um game — quanto menor o valor indicado, melhor.
Telas mais antigas, cujo tempo de resposta costumava ser alto, tendiam a exibir borrões frequentes (efeito conhecido como “Motion Blur”) que as tornavam pouco recomendadas para acompanhar esportes, cenas de ação e praticamente qualquer video game. Imagine uma bola de futebol se movimentando pelo ar após o chute de um jogador: em alguns casos, o tempo de resposta resultava na visualização de uma “cauda” que seguia o objeto conforme ele se movimentava.
Persistência de pixels
Ciente dos problemas que um alto tempo de resposta pode trazer, as melhores fabricantes do mercado investiram em soluções que diminuem consideravelmente esse intervalo. No entanto, nem sempre isso é suficiente para eliminar totalmente borrões da tela graças a algo conhecido como tempo de persistência de pixels.
Quanto maior o tempo de persistência de pixel de uma tela, mais tempo ela demora para se livrar de informações que não são mais necessárias. O acumulo de informações não relacionadas em uma tela pode fazer com que ela apresente uma série de “fantasmas” que impedem a visualização de efeitos realmente importantes.
Dentro de um jogo, por exemplo, não é importante conseguir ver os rastros daquilo que aconteceu há um ou dois segundos: você só precisa visualizar a informação relacionada ao momento atual. Mesmo que o tempo de permanência seja mínimo, a maneira como nosso cérebro trabalha faz com que vejamos borrões em telas com persistência de pixels muito alta.
Muitas fabricantes utilizam tecnologias que reduzem ativamente o tempo durante o qual um pixel é visível, o que elimina esse efeito. O melhor exemplo de um produto que possui um display com baixo tempo de resposta, mas que ainda assim exibe borrões, é o PlayStation Vita, da Sony, cujo primeiro modelo baseado na tecnologia OLED sofre com um grande tempo de permanência.
Input lag
Quem leva a jogatina a sério também precisa buscar um monitor que tenha um input lag (atraso na entrada) baixo — termo que define, em milissegundos, o atraso que existe entre recebimento, processamento e exibição do sinal de vídeo. Embora telas com atraso de até 40 ms possam proporcionar bons resultados, é convencionado que o ideal é usar aparelhos que tenham taxas iguais ou inferiores a 20ms — vale a pena conferir o site Display Lag para ver mais detalhes sobre modelos específicos.
Taxa de atualização
A taxa de atualização informa o número de vezes por segundo que um display atualiza sua imagem. Como a velocidade de movimento de um game está conectada à diferença entre quadros, esse quesito define a quantidade de quadros por segundo que são visíveis ao jogador.
Note que a taxa de atualização não é exatamente a mesma coisa que a taxa de quadros por segundo. Enquanto a primeira é um atributo de sua TV ou monitor, a segunda está ligada diretamente à informação que é transmitida por sua tela. Ou seja, não é somente porque você investiu em um display mais potente que seus jogos favoritos vão ter um desempenho melhor nele — a não ser que a quantidade de quadros produzida por seu hardware já supere aquela com que sua tela antiga era capaz de lidar.
Uma das principais vantagens de display de 120 Hz ou 240 Hz é exibir imagens em movimentos com menos “borrões” — algo que acontece devido à maneira como nosso cérebro une imagens para dar movimento a elas, o que resulta em uma perda de detalhes. Em outras palavras, você vai conseguir ver todos os detalhes da maneira como um personagem se movimenta dentro de um universo virtual.
Embora muitas pessoas percebam essa diferença de forma súbita, ela pode fazer toda a diferença — especialmente no cenário competitivo. Ao ter mais informações visuais com as quais seu cérebro trabalha, um competidor pode ganhar a vantagem necessária para derrotar um oponente assim que ele surge em seu campo visual.
Screen tearing reduzido
Telas com uma maior taxa de atualização também ajudam a diminuir (ou solucionar totalmente) o problema conhecido como screen tearing. Esse artefato, que faz parecer que há um “rasgo” nas imagens apresentadas, é resultado de seu hardware enviando quadros em taxas muito superiores àquelas com que seu monitor ou TV é capaz de lidar.
Com isso, os meios quadros que normalmente passariam despercebidos são mostrados de forma unificada. Para resolver isso, muitos games permitem que você aciona o recurso conhecido como V-Sync, que força uma sincronia entre os quadros do game e a taxa de atualização de seu equipamento — em compensação, essa solução pode resultar no aumento do tempo de resposta dos controles.
Equipamentos mais modernos também incorporam tecnologias como o FreeSync e o G-Sync para garantir o fim do screen tearing. Essas soluções asseguram que a taxa de atualização de seu monitor sempre seja condizente com a quantidade de quadros com a qual um jogo está sendo reproduzido (trabalhando sempre com números pares).
Uma tela de 120 Hz pode reproduzir até 120 quadros por segundo, o que diminui as chances da ocorrência do screen tearing — algo semelhante ao que acontece com monitores de 240 Hz, que suportam até 240 quadros simultâneos. Obviamente, os maiores beneficiados com isso são os games para PC, visto que a maioria dos títulos para consoles atuais costuma trabalhar com o limite máximo de 60 quadros por segundo.
Leitura complementar
Esses são somente alguns dos aspectos mais importantes que você deve considerar ao falar de assuntos como a taxa de atualização e o tempo de resposta de um monitor. Deixamos de lado algumas informações bastante discutidas nessa área, como o tempo de decaimento do fósforo de monitores CRT, para facilitar a compreensão do assunto por quem ainda está dando seus primeiros passos no mundo da tecnologia.
Vale notar que aquilo que explicamos aqui não deve servir como referência do que você deve levar em consideração na hora de escolher uma TV ou monitor. Aqui mesmo no TecMundo é possível encontrar diversos artigos que ajudam a saber mais sobre o tema, muitos dos quais você pode encontrar na lista a seguir:
- O que levar em conta na hora de comprar um monitor para jogos?
- Mito ou verdade: ativar o V-Sync causa lag nos jogos?
- Como configurar e usar dois monitores no mesmo computador?
- Hardware – o dicionário de A a Z
- Os principais problemas que a imagem de uma TV pode apresentar [vídeo]
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