Cidades são tão inteligentes quanto as pessoas que estão nela

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Eu sou um entusiasta da tecnologia desde criança — e como editor aqui do TecMundo seria muito estranho se eu não fosse.

Adoro imaginar o futuro com sensores inteligentes ajudando o trânsito e os modais de transporte com mais integração; tecnologias de gestão de resíduos sendo capazes de reduzir os problemas ambientais do lixo; formas de transmissão energética que ampliem o acesso e reduzam os custos da adoção de novas iniciativas...

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Há alguns anos acompanho os progressos nessas áreas ao redor do mundo. Singapura e seu sistema de dados integrados à saúde pública ganham elogios em eventos anualmente; o mesmo acontece com as soluções de controle da poluição do ar em Copenhague.

Em todo o planeta, cidades já estão também usando sistemas inteligentes de semáforos para um controle maleável do trânsito. Na minha cidade, Curitiba, já existem semáforos para pedestres que podem ser ativados por mais tempo para pessoas com mobilidade reduzida.

Para continuar no Brasil, temos na cidade de São Paulo um potencial enorme de conectividade que foi trazida com a larga instalação do 5G na cidade. Mas aqui e em qualquer lugar, é preciso entender que a tecnologia sozinha não é capaz de virar o jogo.

Cidades são tão inteligentes quanto as pessoas que estão nela

Um dos grandes desafios que instituições governamentais, startups ou empresas já consolidadas enfrentam no mundo das smart cities é fomentar a educação das populações envolvidas. Papel esse que também cabe a nó da imprensa.

É a partir do entendimento da importância da evolução das cidades que vamos ver as pessoas adotando iniciativas de “smart cities”. Logicamente que aqui o termo “adotando” não significa que vão instalar sensores, chips e outras tecnologias com as próprias mãos, mas certamente teremos uma colaboração mais ativa. Exemplos são vários:

  • Cessão de dados (anonimizados, é claro) para mapeamento de trânsito e modais de transporte — para a dinamização de linhas de transporte público, construção de ciclovias e outras iniciativas que deem menos ênfase ao transporte por carros;
  • Liberação de faixas de redes de internet domésticas para auxiliar em sistemas de localização;
  • Uso de sensores veiculares para mapeamento de vagas de estacionamento públicas;
  • Instalação de centrais elétricas inteligentes para reduzir desperdícios.

Claro que todos esses exemplos são apenas uma das pontas de uma tecnologia que ainda compreende uma miríade de atores, incluindo analistas de dados, uso de inteligência artificial, evolução e redução de custos para equipamentos e melhorias em redes de dados móveis.

Aumentando a inteligência coletiva

icities(iCities/Divulgação)

Mas o que fica cada vez mais claro é que ainda estamos falando de smart cities em ambientes muito restritos e que excluem do diálogo quem mais será afetado — ainda que positivamente — pelas novidades.

Até 2030 podemos estar prestes a ter 9 bilhões de pessoas no mundo e soluções de cidades inteligentes são sempre pensadas em levar mais qualidade de vida a essas pessoas — com limites geográficos, mas com esse objetivo.

Quando falamos em tecnologia de uso pessoal é muito fácil para qualquer um entender as vantagens. Eu uso um celular porque ele me ajuda a me comunicar. Eu uso um computador para trabalhar. Minha bike elétrica me ajuda a me locomover sem cansar. Eu instalo painéis solares para economizar na conta de luz em longo prazo.

Mas para tecnologias “comunitárias”, precisamos de mais tangibilidade na comunicação. Nessa semana aqui em Curitiba vamos discutir soluções e instalações na Smart City Expo Curitiba e certamente teremos bons exemplos disso. Fique de olho aqui no TecMundo e nas redes do evento para entender cada vez mais sobre como a tecnologia e a inovação podem deixar as cidades sempre mais inteligentes.

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