Autoridades regulatórias dos Estados Unidos suspenderam no último sábado (7) as operações de aeronaves modelo Boeing 737 Max 9. Ao todo, 171 aviões tiveram as atividades paralisadas temporariamente para uma análise técnica imediata.
A ordem da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla original) partiu depois de um incidente envolvendo um desses modelos na semana passada.
O caso aconteceu em um voo da Alaska Airlines que decolou em 6 de janeiro com destino para Ontario, na Califórnia. Repentinamente, a aeronave perdeu uma porta inteira do lado esquerdo durante o trajeto, deixando os passageiros expostos e sob forte pressão.
Após a falha na fuselagem, o piloto fez um pouso de emergência em um aeroporto próximo, em uma operação que não deixou feridos. Vídeos publicados por passageiros nas redes sociais mostram o clima na cabine, com momentos de tensão até que o avião voltasse ao solo.
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— The_Real_Fly (@The_Real_Fly) January 6, 2024
O Boeing Boeing 737 Max-9 só estava em operação há cerca de dois meses e fez 145 voos até apresentar a falha nas portas.
Dias depois, já durante uma investigação interna, a United Airlines encontrou "problemas de instalação" em suas aeronaves do mesmo modelo. As falhas incluem parafusos frouxos e problemas em portas e painéis, o que pode explicar o incidente com o voo da Alaska Airlines.
O interior de um 737 Max.Fonte: Boeing
Em nota oficial sobre os casos recentes, a Boeing afirma que está "acompanhando de perto" as investigações e se diz "comprometida em garantir que todo avião atinja os requisitos de design e os padrões de segurança e qualidade" necessários.
A companhia diz ainda lamentar o impacto causado em passageiros e clientes no incidente da Alaska Airlines. Ela deslocou uma equipe técnica própria para ajudar nas inspeções.
Histórico do Boeing 737 Max é negativo
Esse não é o primeiro caso de possível falha em modelos parecidos da mesma empresa. Em outubro de 2018 e março de 2019, foram registrados dois acidentes fatais envolvendo a primeira geração da aeronave 737 Max.
Os destroços do voo da Ethiopian Airlines, que caiu em março de 2019 e deixou 157 mortos.Fonte: GettyImages
Na época, a fabricante também parou as atividades de todas as aeronaves, que ficaram cerca de um ano estacionadas em pátios. A solução veio por meio de atualizações no manual e no software que controla o sistema de sustentação e piloto automático dos aviões. Eles voltaram a voar a partir de novembro de 2020.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou ao Estadão que companhias aéreas do Brasil atualmente não tem aeronaves do modelo Boeing 737 Max-9 em operação. Entretanto, a panamenha Copa Airlines utiliza um 737 Max-9 em rotas que passam por aeroportos brasileiros e, por isso, as atividades dele no país também foram suspensas.
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