A tarifa zero para veículos elétricos importados no Brasil, adotada em 2015, pode chegar ao fim no segundo semestre deste ano, de acordo com avaliação da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeifa). A entidade propôs um retorno gradual do imposto conforme a eficiência dos motores elétricos.
A elevação do imposto seria realizada gradualmente até chegar a 20%, que é a Tarifa Externa Comum do Mercosul. No primeiro ano do retorno da cobrança, a entidade defende uma taxação de 2% para veículos elétricos a bateria (BEV), 4% para veículos híbridos pesados e 7% para veículos híbridos leves.
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Sob essa proposta, um veículo puramente elétrico alcançaria a taxa mais alta em 10 anos, ainda menor do que a tarifa atual para veículos importados, que é de 35%, exceto para países como Argentina ou México.
Apesar da proposta da entidade, no momento, ainda não há uma posição oficial do governo sobre o assunto.
O melhor trimestre da história para os veículos elétricos
Vendas de carros elétricos crescem exponencialmente no Brasil, impulsionado pelos motores híbridos.Fonte: Getty Images
O mercado brasileiro de veículos leves eletrificados teve um desempenho excepcional no primeiro trimestre de 2023, com 14.787 unidades vendidas, o que representa um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).
Em março de 2023, foram emplacados 5.989 veículos, um aumento de 55,5% em relação ao mesmo mês de 2022, o que torna o primeiro trimestre de 2023 o melhor trimestre da história da ABVE, iniciada em 2012. Os eletrificados leves incluem veículos elétricos híbridos plug-in (BEV e PHEV) e não plug-in (HEV), como automóveis, comerciais leves, utilitários e SUVs.
Um ponto positivo a destacar é o crescimento das vendas dos veículos elétricos plug-in, que totalizaram 2.750 unidades em março, um aumento expressivo de 194% em relação a março de 2022.
Segundo a ABVE, a maior confiança dos compradores na tecnologia de veículos elétricos plug-in pode ser explicada pelo aumento da infraestrutura de recarga que deve atingir pelo menos 10 mil eletropostos públicos e semipúblicos no Brasil até 2025.
Incentivo para novas fábricas
Chegada de complexo industrial chinês de veículos elétricos deve fomentar o setor. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Fonte: Getty Images
A BYD Auto, subsidiária da multinacional de alta tecnologia BYD, vai investir R$ 3 bilhões para instalar três fábricas na Bahia. As plantas vão produzir chassis de ônibus e caminhões elétricos, veículos de passeio elétricos e híbridos, e processarão lítio e ferro fosfato. O governo estadual concedeu benefícios fiscais para a empresa chinesa.
Todas as unidades começarão a ser implantadas em junho de 2023, e a primeira fase deve estar concluída em dezembro de 2024. A implantação de uma indústria química para processamento de lítio e ferro fosfato, que deve gerar 1.200 empregos diretos, é a primeira fase do complexo de produção de veículos elétricos.
A montadora possui uma rede com 22 concessionárias nas cinco regiões brasileiras. A companhia chinesa pretende duplicar a sua rede e já anunciou a abertura de mais 27 pontos de vendas no Brasil. Por enquanto, a BYD oferece quatro modelos de veículos elétricos, entre motores híbridos e totalmente movidos a eletricidade.
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