A empresa Universal Hydrogen realizou um voo de teste bem-sucedido de um avião movido a célula de combustível de hidrogênio. Essa foi a maior aeronave de passageiros a usar o combustível limpo em seu sistema de propulsão até o momento.
A empresa planeja continuar sua campanha de testes de voo de dois anos para converter o avião de uso regional ATR 72 para usar hidrogênio. A empresa já tem pedidos para converter 247 aeronaves de 16 clientes em todo o mundo, totalizando mais de US$ 1 bilhão em projetos.
A Connect Airlines, uma das principais clientes da companhia, fez um pedido para converter 75 aviões regionais ATR 72-600 em propulsão a hidrogênio, com entregas programadas para começar em 2025. A empresa visa se tornar a primeira companhia aérea de emissão zero da América do Norte.
Como foi o voo movido a hidrogênio?
O Lightning McClean, um avião regional para 40 passageiros, decolou do Aeroporto Internacional de Grant County (KMWH) e voou por 15 minutos, atingindo uma altitude de 3.500 pés acima do nível do mar.
Durante o voo de teste, um dos motores de turbina do avião foi substituído pelo trem de força elétrico da classe megawatt da Universal Hydrogen, enquanto o outro permaneceu um motor convencional para segurança de voo.
O avião foi pilotado por Alex Kroll, um experiente ex-piloto de testes da Força Aérea dos Estados Unidos e principal piloto de testes da empresa. A aeronave se comportou perfeitamente, e o ruído e as vibrações do trem de força com célula de combustível foram significativamente mais baixos do que os do motor de turbina convencional.
Tecnologia embarcada
Tecnologia adapta aeronaves comercial para o uso de energia limpa. (Fonte: Universal Hydrogen/Divulgação)Fonte: Universal Hydrogen/Divulgação
O propulsor de movimento da Universal Hydrogen é construído a partir de células de combustível especialmente modificadas para uso na aviação. O sistema dispensa bateria, pois as células de combustível acionam o motor elétrico diretamente, o que reduz o peso e o custo de implantação da tecnologia.
O motor é uma unidade de propulsão elétrica magni650, que tem potência máxima de 560 quilowatts. O equipamento foi modificado pela fabricante magniX para o teste. O projeto de modificação da estrutura do avião e a integração dos sistemas da aeronave ficaram a cargo da AeroTEC, especializada em engenharia aeroespacial.
O hidrogênio é armazenado em um tanque a bordo da aeronave, que pode ser reabastecido com hidrogênio líquido ou gasoso, dependendo do sistema de armazenamento escolhido. Todo processo de adaptação da aeronave foi realizado em menos de um ano.
Menos poluentes
A aviação movida a hidrogênio é considerada menos poluente do que os aviões movidos a combustíveis fósseis, como a gasolina ou o querosene, porque o hidrogênio produz água e calor como únicos subprodutos durante a sua combustão.
Dessa forma, não são emitidos gases poluentes, como dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos não queimados e partículas finas, que contribuem para o aquecimento global e para a poluição do ar.
Além disso, o hidrogênio é uma fonte de energia renovável, podendo ser produzido a partir de fontes de energia limpa, como energia solar ou eólica, reduzindo ainda mais a sua pegada de carbono.
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