Durante entrevista coletiva de imprensa na primeira semana deste mês (7) para apresentação dos resultados de janeiro, a Anfavea, entidade que reúne as empresas fabricantes de veículos automotores do Brasil, reconheceu estar preparando uma solicitação ao governo federal, pedindo o fim da isenção do imposto de importação para veículos elétricos.
De acordo com o presidente da associação, Márcio Lima Leite, é fundamental ter uma regra que dê previsibilidade ao setor, para maior segurança dos investidores. “O que defendemos é que não podemos abrir este mercado para inundar o mercado brasileiro com produtos de países de custo muito mais baixo”, disse o executivo.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Se aprovada, a medida implicaria na incidência de 35% de imposto sobre o preço dos carros elétricos importados de países fora do acordo comercial com o Brasil (Mercosul e México). Com isso, o modelo mais barato à venda no País atualmente – o chinês JAC E-Js1 – saltaria dos atuais R$ 145,9 mil para quase R$ 200 mil. A ideia é não retirar a isenção das montadoras de luxo (que vendem em menor volume), mas, além da JAC, as chinesas BYD e GWM.
O que dizem as importadoras de veículos elétricos?
Modelo elétrico mais barato do Brasil, o JAC E-Js1 custa hoje R$ 145,9 mil. (JAC Motors/Divulgação.)Fonte: JAC Motors
De acordo com informações publicadas pelo UOL, o presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Adalberto Maluf, classificou a medida defendida pela Anfavea como "precipitada", uma vez que não existe no Brasil um mercado capaz de viabilizar uma produção local. Utilizando o mesmo argumento do presidente da Anfavea – a previsibilidade – o também diretor da BYD Brasil defende que a volta da cobrança do imposto de importação para elétricos ocorra "de forma gradual".
De acordo com a ABVE, o mercado de veículos levels eletrificados no Brasil experimentou, no mês passado, o melhor mês de janeiro de sua série histórica. Embora a base de vendas – 4.503 unidades emplacadas – ainda seja baixa em relação ao mercado como um todo, o setor experimentou um notável crescimento nos últimos anos, chegando a quase 17% em 2022, contra uma expansão do mercado de leves de 7,7%.
Para o presidente da JAC Motors, Sérgio Habib, os carros totalmente elétricos representam hoje menos de 0,5% das vendas de veículos no mercado brasileiro. "A Anfavea é essencialmente protecionista, sempre foi" afirma. E lembra que, como o governo Lula tem um compromisso de investir em economia verde, "seria estranho aumentar a alíquota do carro elétrico", concluiu.
Fontes
Categorias