Um novo entendimento vem dominando o cenário empresarial nos últimos tempos, e três palavras se destacam nisso: meio ambiente, social e governança. Essa é a tradução livre do termo e da sigla em inglês mundialmente conhecidos: environmental, social and governance (ESG). Essas três letras, em última análise, estão substituindo a palavra “sustentabilidade” no meio corporativo.
Originária do mercado financeiro, a sigla fez sua estreia em 2004, em um grupo de trabalho do Principles for Responsible Investment (PRI) ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) e que tem o objetivo de convencer investidores da importância de investimentos sustentáveis. Mas como uma nova frota 100% elétrica vai auxiliar nesse novo cenário ESG? Os veículos elétricos se mostram como tendência nas empresas que pretendem mitigar seus impactos ambientais no planeta.
Em uma primeira análise, os carros elétricos já estão na frente, auxiliando as empresas na redução drástica de emissões de carbono, principalmente nos segmentos que atuam no ramo logístico.
Além disso, eles têm um bônus financeiro significativo, a longo prazo, já que os modelos impulsionados por energia são mais em conta do que os veículos com motores a combustão. Se a empresa utilizar o “mercado livre de energia”, que tem contratos mais longos e atrativos, a recompensa financeira será ainda maior.
Os carros elétricos geram menos impacto ambiental e proporcionam, ao mesmo tempo, mais economia para as empresas.
Nos próximos anos, será cada vez mais comum observar companhias privadas e até governos adotando frotas de veículos elétricos. Todos da iniciativa privada ou da pública, estão acompanhando ou vão acompanhar a evolução das práticas ligadas ao ESG, buscando melhorar desempenhos socioambientais.
Nos próximos anos, veremos mudanças significativas de comportamentos e novas regulamentações. Nesse cenário, os maiores emissores de gás carbônico terão de investir em novos processos, e quem sair na frente terá vantagem competitiva no mercado.
A urgência em combater as mudanças climáticas fez que a agenda ESG entrasse na prioridade dos executivos e dos investidores. Os carros elétricos geram menos impacto ambiental e proporcionam mais economia para as empresas que dependem de frotas para transporte de insumos e produtos. É o que chamamos de “ciclo virtuoso”!
O modal rodoviário corresponde a cerca de 60% das entregas realizadas no país e, para reduzir a emissão de gás carbônico (CO2), o caminho é a eletrificação da frota. A DHL Supply Chain no Brasil pretende zerar o CO2 em suas operações até 2050, a companhia quer dobrar a frota atual de 70 veículos elétricos em 12 meses, com 80% compostos por veículo urbano de carga (VUC) e caminhões.
E a empresa já fez as contas: estimam que 70 modelos elétricos conseguem evitar a emissão de 22 mil toneladas de gás carbônico nas próximas 3 décadas, utilizando como base de cálculo a metodologia global Well-to-Wheel.
Para acompanhar essa demanda, a indústria automobilística já se movimenta. A Volkswagen Caminhões e Ônibus no Brasil (VWCO) investiu na eletrificação de caminhões considerados leves que, desde o início da produção, em junho de 2021, comercializou mais de 300 unidades do modelo de caminhões elétricos e-Delivery — primeiro caminhão elétrico 100% desenvolvido, testado e produzido no país. Empresas como Ambev, JBF e Coca-Cola Femsa Brasil estão entre os compradores do modelo.
A implantação de práticas mais responsáveis dos pontos de vista social e ambiental está sendo incorporada pelas empresas, e os veículos elétricos vão auxiliar nesse sentido. O grande responsável por essa mudança de mentalidade é o ESG.