A Uber está sendo processada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por supostamente discriminar pessoas com deficiência. De acordo com a ação aberta nesta quarta-feira (10), a companhia cobra uma taxa por tempo de espera que tem prejudicado passageiros em todo o país.
O órgão alega que essa prática viola a Lei dos Americanos com Deficiência (ADA), que proíbe a discriminação por parte das empresas de transporte privadas. Na Uber, a taxa de espera foi instituída em abril de 2016 e é cobrada quando o passageiro demora mais de 2 minutos para entrar no veículo, contados a partir da chegada ao local de início da viagem.
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Clientes do serviço com alguma dificuldade de locomoção, que necessitam de mais tempo para entrar no carro, são os principais afetados pela cobrança, segundo o departamento. Entre eles, estão usuários de cadeira de rodas, pessoas que dependem de andador e pessoas cegas.
Usuários de cadeira de roda estão entre os passageiros sobre os quais a taxa foi cobrada ilegalmente.Fonte: Unsplash
“Passageiros com deficiência que precisam de tempo adicional de embarque têm direito a serviços de compartilhamento de caronas sem discriminação”, afirmou a procuradora estadual do Distrito Norte da Califórnia Stephanie M. Hinds. Para ela, o objetivo da ação é oferecer uma vida mais digna e independente para esses usuários.
Acesso igual para todos
Com o processo que acaba de ser iniciado na Califórnia, o Departamento de Justiça ordena ao tribunal que peça à Uber para modificar sua política de cobrança de taxa de espera e se adequar à ADA. A ação também menciona a exigência de treinamento adequado para a equipe de atendimento e de motoristas vinculados à plataforma.
Além disso, a Uber pode ser obrigada a indenizar as pessoas cobradas indevidamente e pagar multa por violar a lei. Segundo a procuradora-geral assistente da Divisão de Direitos Civis Kristen Clark, o processo envia uma “mensagem poderosa” de que o app não deve penalizar passageiros com deficiência apenas porque precisam de tempo extra para entrar no carro.
Processada por atendimento ruim a clientes com deficiência em outras duas ocasiões, uma delas em 2017, a empresa ainda não se pronunciou sobre a nova ação.
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