Dois anos após a Tesla começar a implementar chips próprios de inteligência artificial em seus veículos autônomos, a empresa revelou, na última quinta-feira (19), um novo componente voltado ao treinamento de redes de IA, o D1. O lançamento integrará o sistema do supercomputador Dojo, que, de acordo com as expectativas de Elon Musk, deve entrar em operação já em 2022.
Ganesh Venkataramanan, diretor sênior de hardware do piloto automático da fabricante, explica que o processador, cuja arquitetura de produção é de 7 nm, terá área de matriz de 645 mm², 50 bilhões de transistores, 354 nodes baseados em uma CPU superescalar de 64 bits com quatro núcleos e até 362 teraflops de capacidade de processamento. Com tanto poder, a solução competirá com produtos da Intel, da NVIDIA e da Graphcore.
Tesla cria novo processador para treinamento de IA.Fonte: Tesla/Reprodução
Ainda segundo o executivo, 25 unidades do D1 formarão um único bloco de treinamento, sendo que 120 blocos totalizarão mais de 1 exaflop. A característica coloca o equipamento, que, dentre as instruções, suporta FP32, BFP16, CFP8, INT32, INT16 e INT8, junto aos mais rápidos do mundo. "Montaremos nossos primeiros gabinetes em breve", destaca Venkataramanan.
Um passo adiante
Processadores D1 auxiliarão modelos a aprimorarem o reconhecimento de uma ampla variedade de itens capturados por câmeras de veículos da Tesla, que exigem um extenso trabalho de computação. A evolução oferecida pelo novo chip possibilitará que produtos da companhia atinjam um novo nível de autonomia.
Se, no momento, o complemento Full Self-Driving Capability, que custa US$ 10 mil (cerca de R$ 54 mil, em conversão direta), permite que carros da marca mudem de faixa, percorram rodovias, entrem em vagas de estacionamento e saiam delas ao encontro de motoristas quase sem intervenção humana, a promessa é de que logo circulem por ruas de cidades automaticamente.
Novidade integrará supercomputador da companhia.Fonte: Tesla/Reprodução
Entretanto, para garantir tudo isso, a fabricante dependerá do sucesso do Dojo e de sua largura de banda sem precedentes — de até 10 TBps. Afinal, a frota de mais de 1 milhão de unidades gerenciada pela Tesla atualmente fornece uma quantidade insana de dados, utilizados justamente para o treinamento de suas redes neurais.
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