Após anunciar avanços notáveis na construção de uma bateria de estado sólido que garantiria autonomia de mais de 800 quilômetros a carros elétricos e cujo carregamento exigiria somente 1 minuto, a Fisker, empresa automotiva norte-americana, desistiu de se dedicar à novidade há pelo menos um ano, revela Henrik Fisker, CEO da companhia, em entrevista ao The Verge.
Henrik explica o porquê da decisão, afirmando que os 10% finais dos processos de desenvolvimento dos componentes são muito mais difíceis dos que os primeiros 90%. Além disso, detalha, obstáculos desafiadores surgem apenas após uma falsa sensação de conquista.
"Assim que chegamos ao final de tudo – ou, melhor dizendo, quando chegamos perto de entender totalmente essa tecnologia –, percebemos que era muito mais difícil [de concretizá-la] do que havíamos previsto e esperado no início, pois estávamos muito animados com algumas das primeiras coisas que estávamos fazendo", lamenta o executivo.
Henrik Fisker, CEO da companhia.Fonte: Reprodução
Tecnologia sem futuro
O sucesso de aprimoramentos tecnológicos depende, fundamentalmente, da viabilidade econômica que apresentam – algo proporcionado por anos de pesquisas e altos investimentos, um luxo do qual poucas empresas podem se aproveitar sem terem de, em algum momento, repensar suas estratégias, deixando de lado mesmo ações promissoras.
Prometida como "o início de uma nova era em materiais de estado sólido e tecnologias de fabricação", a bateria em que a Fisker trabalhava, complementa Henrik, simplesmente "não tem futuro", o que não quer dizer que tudo o que fizeram para chegar onde chegaram será completamente descartado.
"Abandonamos completamente as baterias de estado sólido neste momento porque simplesmente não as vemos se materializando. Faremos algo no futuro? Se o fizermos, será algo completamente novo e, obviamente, temos uma equipe que está olhando para a tecnologia já existente", conta o empresário.
Baterias de estado sólido não devem chegar tão cedo ao mercado, defende Fisker.Fonte: Reprodução
Henrik, na mesma entrevista, joga um balde de água fria naqueles que acreditam que equipamentos semelhantes estão prestes a chegarem ao mercado. "Pessoalmente, acho que estão a pelo menos sete anos de distância, se não mais, caso estejamos falando de qualquer tipo de formato de alto volume. São necessários, mais ou menos, três anos para se configurar a fabricação e, em seguida, mais três para se aplicar testes de durabilidade."
"Portanto, mesmo que alguém inventasse algo hoje, provavelmente demoraria pelo menos seis anos [para o item ser comercializado]", defende.
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