O Japão e a China travam uma grande disputa de qual país domina a tecnologia de construção de trens ultrarrápidos e levitantes. Como “troféu”, o vencedor poderá atender a um mercado global estimado em US$ 2 trilhões.
Disponíveis para curtas distâncias, os trens de levitação magnética – ou maglev – usam ímãs para deslizar nos trilhos de maneira super rápida e sem atritos. Agora, as potências asiáticas investem na criação de linhas intermunicipais de longa distância.
Apresentação do modelo de maglev japonês em Tóquio.Fonte: Hurriyet Daily News/Divulgação
No Japão, a Central Japan Railway Co. investe 9 trilhões de ienes (cerca de US$ 86 bilhões) na construção do maglev que ligará as cidades de Tóquio e Osaka. Com valor elevado por conta da escavação, a expectativa é que o projeto esteja pronto até 2037.
Do outro lado, o projeto do trem chinês ultrarrápido está avaliado em 100 bilhões de yuans (US$ 15 bilhões). Apesar dos atrasos iniciais, a linha que conectará Xangai com a cidade portuária de Ningbo está prevista para ser concluída em 2035.
Especialistas apontam que o país asiático que entregar o primeiro projeto de transporte de longa distância terá a vantagem de exportar a tecnologia. Por conta disso, os governos locais destinaram verbas milionárias para ambos os empreendimentos.
Projeto chinês promete viagens a 600 km/h.Fonte: South China Morning Post/Reprodução
Rivalidade tecnológica
“A tecnologia Maglev tem um enorme potencial de exportação. Portanto, os projetos domésticos da China e do Japão são como vitrines para o mundo”, destaca Christopher Hood, professor da Universidade de Cardiff, ao portal Japan Times.
Ele frisa que, apesar da tradição japonesa dos trens-balas, a China desenvolve projetos mais baratos. Assim, os chineses já superaram os rivais em algumas ocasiões, como na construção da ferrovia de alta velocidade que liga Jacarta a Bandung na Indonésia.
“Há uma sensação de que no mundo tecnológico, o Japão está ficando cada vez mais atrás da China”, relata Hood. “Então, se eles puderem concluir essa tecnologia primeiro, será uma questão de imenso orgulho nacional”.
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