Nesta segunda-feira (30), a General Motors (GM) anunciou mudanças no acordo assinado com a Nikola Corporation em setembro, desistindo de fabricar uma picape elétrica a hidrogênio em conjunto. A parceria será mantida, mas de maneira diferente.
Divulgada no dia 8 de setembro, a associação entre as duas marcas previa a produção da picape Badger, desenvolvida pela Nikola. A GM forneceria a plataforma de chassis, as baterias, o sistema de células de combustível e a fábrica, em troca de uma participação acionária de 11% na startup de caminhões elétricos.
Inicialmente apontado como um negócio interessante para a GM, o acordo de US$ 2 bilhões começou a se complicar depois que a consultoria Hindenburg Research acusou a Nikola de fraudar a documentação relativa ao desenvolvimento da tecnologia de células de combustível de hidrogênio. Apesar de refutar as alegações, o CEO da startup Trevor Milton acabou renunciando ao cargo, dias depois.
A Badger teria uma autonomia de quase 1 mil km, segundo a Nikola.Fonte: Nikola/Divulgação
A partir daí, a situação mudou e a GM começou a ser criticada por se aliar a uma empresa sem credibilidade e continuar a apoiar a parceira mesmo após as acusações de fraude. Com a polêmica aumentando, a montadora sediada em Detroit já parecia dar sinais de que desistiria do negócio nas últimas semanas, decisão confirmada agora.
Novo acordo anunciado
Se os planos de construir uma caminhonete elétrica com quase 1 mil km de autonomia foram desfeitos, o novo acordo entre as duas montadoras prevê o fornecimento de células de combustível de hidrogênio pela GM para os caminhões elétricos da Nikola.
Além do uso da tecnologia nos caminhões Classe 7 e Classe 8 da startup, as marcas também pretendem incluir, neste novo modelo de parceria que ainda precisa ser aprovado, a utilização do sistema de baterias Ultium da General Motors.
Como a Badger não será mais produzida, pelo menos por enquanto, os clientes que reservaram o veículo na pré-venda serão reembolsados.