Europa trocará gasolina por hidrogênio contra mudanças climáticas

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Na semana passada, a Comissão Europeia anunciou um novo projeto que visa a utilização do hidrogênio como combustível em larga escala para substituir gasolina e outros derivados de petróleo, na tentativa de se retardar os efeitos das mudanças climáticas.

Não é a primeira vez que governos e empresas tentam popularizar o hidrogênio como combustível, mas, até hoje, nenhuma das abordagens foi bem-sucedida. Por isso, a nova estratégia traçou objetivos mais limitados, porém mais fáceis de serem atingidos: o primeiro passo é usar o gás para "limpar" indústrias difíceis de descarbonizar, como a siderurgia. Em paralelo, veículos pesados, além de trens e navios também poderiam ser focados.

Trem movido a hidrogênio. (Fonte: Pixabay/Reprodução)Trem movido a hidrogênio. (Fonte: Pixabay/Reprodução)Fonte:  Pixabay 

Produção limpa versus produção suja

Hoje, o maior obstáculo na produção de hidrogênio é sua fonte de matéria-prima. Em todo o mundo, cerca de 96% do hidrogênio é produzido a partir de combustíveis fósseis, sendo que os 4% restantes são produzidos a partir de água e eletrolisadores, cujas usinas são alimentadas por carvão e gás. Resumindo: utiliza-se processos não sustentáveis na fabricação de um combustível sustentável. Essa é a primeira realidade que a Comissão Europeia precisa mudar.

Metas iniciais

O novo projeto europeu pretende alcançar metas para a implantação do que eles chamam de “hidrogênio verde”, ou seja, a produção do gás a partir fontes renováveis de energia elétrica, como a solar e a eólica.

A implantação do hidrogênio verde será transitória e dividida em fases:

  • De 2020 a 2024 – Instalação de pelo menos 6 gigawatts de eletrolisadores “limpos” e produção de até um milhão de toneladas de hidrogênio renovável;
  • De 2025 a 2030 – Ter ao menos 40 gigawatts de eletrolisadores “limpos” e produção de até 10 milhões de toneladas de hidrogênio renovável;
  • De 2030 as 2050 – Alcançar a produção de hidrogênio renovável em larga escala e introduzi-lo em todos os setores de difícil descarbonização.

Embora o novo projeto tenha objetivos mais direcionados, alguns especialistas ainda consideram suas metas como “ambiciosas demais”.

Outro desafio na questão da produção limpa do gás, é que o custo dos eletrolisadores é muito alto, sem falar no aumento da demanda de parques eólicos e painéis solares, para alimentá-los.

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