O acidente envolvendo um Uber autônomo que matou Elaine Herzberg em uma estrada de Tempe, Arizona, na noite de 18 de março de 2018, teve inúmeros responsáveis, inclusive ela mesma. A conclusão a que chegou o National Transportation Safety Board (NTSB, ou Conselho Nacional de Segurança em Transportes) foi divulgada em uma audiência realizada no último dia 19.
Os investigadores que atuaram no caso responsabilizaram a Uber; a motorista, Rafaela Vasquez; a vítima; e mais o estado do Arizona e o próprio governo americano – estes, por não regularem adequadamente a indústria de carros autônomos.
A conclusão do conselho
A motorista
Segundo os investigadores, a motorista Rafaela Vasquez passou 34% do tempo em que esteve no carro assistindo a um programa de TV em seu celular, só tirando os olhos da tela um segundo antes do acidente, quando já era tarde demais.
A vítima
Elaine Herzberg havia ingerido metanfetaminas, o que provavelmente a fez atravessar a via fora da faixa de pedestres.
O carro
A lista de erros, falhas e ausência de mecanismos de segurança é longa. A Uber não tinha nem mesmo um gerente de segurança responsável pela avaliação e mitigação de riscos. Mesmo com câmeras dentro do carro, não havia nenhum mecanismo que coibisse motoristas de violarem as políticas da empresa, como usar o celular dirigindo.
De acordo com o NTSB, os sistemas não foram configurados como deveriam. Para evitar colisões, o software foi projetado para que o carro classifique um objeto, determine sua trajetória e ajuste seu próprio caminho em resposta. Porém, ao reclassificar um obstáculo, ele eliminava todas as previsões passadas sobre para onde o objeto iria e como o carro deveria reagir.
No acidente de Tempe, o sistema detectou Elaine Herzberg 5,6 segundos antes da colisão, mas não conseguiu frear porque reclassificou o que via pelo menos sete vezes antes de atingi-la. A Uber havia ainda desativado o sistema de freios de emergência automático.
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