Elon Musk, CEO da Tesla, comentou, em um evento para demonstrar a tecnologia de autodireção da empresa, que os sensores LIDAR para veículos autônomos não são as melhores opções do mercado. Para ele, as empresas que confiam apenas nesse sistema estão cometendo um grande erro e podem sofrer as consequências no futuro.
Os sensores LIDAR são desenvolvidos pela Velodyne Lidar e utilizam um sistema de lasers para construir um mapa tridimensional do ambiente ao redor do carro. Já a Tesla conta com um sistema único em seus veículos, composto por sensores ultrassônicos, câmeras e radares. A empresa ainda possui um diferencial: todos os seus carros possuem softwares experimentais que coletam dados enquanto estão se deslocando, formando um banco gigantesco.
Andrej Karpathy, diretor de inteligência artificial e visão de piloto automático da Tesla, compartilha da opinião de Musk e acrescenta que o LIDAR funciona apenas como um atalho. "Ele [o LIDAR] evita alguns problemas importantes do reconhecimento visual, que é necessário para a autonomia. Dá uma falsa sensação de progresso e, em última análise, é apenas uma muleta."
Para Greg McGuire, pesquisador do MCity, campo de testes da Universidade de Michigan para veículos autônomos, esse sistema ser visto como uma muleta não é necessariamente algo negativo. "De certa forma, todos esses sensores são muletas", comenta McGuire. "É isso que construímos, como engenheiros, como sociedade — construímos muletas", explica o pesquisador, que acredita que os carros autônomos só poderão se tornar amplamente aceitos se sua segurança puder ser devidamente comprovada. Para isso é fundamental que os veículos funcionem com redundância, para prevenir eventuais falhas em sensores.
Sam Abuelsamid, ex-engenheiro e analista do setor, acrescenta que embora um sistema com câmeras seja importante, é necessário que ele tenha algum tipo de apoio. "É teoricamente possível que você consiga fazê-lo apenas com câmeras, mas para realmente ter a confiança de que o sistema está vendo o que acha que está vendo, é melhor ter outros modos de detecção ortogonais" — como o LIDAR. "Uma vez que você está no mundo real e vai além das condições ideais, há muita variabilidade", conclui Abuelsamid.
Fontes