Os motoristas da Uber e Lyft que participaram de um protesto contra um projeto de lei (AB 5) para fortalecer a relação trabalhista entre eles e as empresas devem receber de US$ 25 a US$100 das próprias companhias de transporte, de acordo com o Los Angeles Times. O ato aconteceu no último dia 9 no lado de fora do Capitólio da Califórnia, antes da audiência do senado sobre o projeto de lei.
O jornal teve acesso a um e-mail enviado para os motoristas da Coalizão Independente, grupo financiado pela Câmara do Comércio da Califórnia e outras associações que, junto à Uber e Lyft, estão trabalhando para pedir mudanças no AB 5. No e-mail, a Coalizão informa a “ajuda de custo” para quem participou do protesto.
De forma independente, a Uber enviou também aos motoristas uma notificação no aplicativo com um voucher de US$15 para eles e "e qualquer pessoa que você conhece que também tem interesse em manter a flexibilidade do motorista” participarem do ato.
Contra-ponto
(Fonte: Associated Press | Rich Pedroncelli / Reprodução)
Do outro lado, motoristas que apoiam o projeto de lei fizeram um ato um dia após e também receberam dos sindicatos ajuda de custos, transporte e alimentação para comparecerem ao protesto.
No meio disso, muitos motoristas se sentem perdidos sem entender se o projeto é benéfico por defender seus direitos como trabalhadores associados às empresas, ou prejudicial por tolir sua flexibilidade.
AB 5
O projeto de lei AB5 quer que seja mais difícil para as empresas categorizarem os trabalhadores como prestadores de serviço independente no lugar de funcionários. Ele foi aprovado pela assembleia estadual em junho e está sendo analisado pelo Senado da Califórnia — a votação final deve acontecer até setembro.
(Fonte: Getty Images | Mark Ralston / Reprodução)
Todas as empresas que ligam um prestador de serviço ao consumidor, no modelo Uber, teriam que garantir o pagamento dos direitos trabalhistas, como seguro-desemprego, subsídios de saúde, pagamento de horas extras e etc. Os negócios por sua vez, defendem que os custos disso seriam muito elevados.
No Brasil, discussões parecidas também estão sendo feitas. O desafio, portanto, é achar um meio termo que proteja os trabalhadores e não acabe com o modelo de negócio.
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