Aplicativos de transporte privado, como Uber e Lyft (ou, no caso do Brasil, ainda 99 e Cabify), foram criados para simplificar a vida de muitas pessoas e ser uma fonte de renda extra para outras. Porém, um estudo publicado na revista Science Advances revelou outra consequência do boom desses serviços: mais congestionamentos nas cidades.
Cientistas descobriram que, entre 2010 e 2016, o tráfego de veículos em San Francisco, nos EUA, aumentou em cerca de 60% — e a presença de novos automóveis de motoristas de aplicativo seria a responsável por pelo menos metade dessa porcentagem. A cidade da Califórnia foi escolhida para a análise por ser o grande berço de inovação dos "apps de carona" e estar atualmente encarando um sério problema de trânsito.
O método da pesquisa envolveu a criação de modelos computacionais da cidade antes e depois do lançamento dos serviços, usando variáveis como crescimento da população, mudanças no sistema de transporte público e outros. Em seguida, foram adicionados dados das APIs dos apps Uber e Lyft, com informações precisas a respeito da quantidade de carros e sua distribuição pelas ruas.
O resultado?
Com os automóveis dos apps rodando, foi detectada uma redução de 13% na velocidade média do trânsito, causada pela quantidade de carros e por mais tempo gasto em congestionamentos. Esses indicadores foram verificados até mesmo fora das horas de pico.
Como conclusão, os pesquisadores afirmam que toda a idealização de que o app de caronas reduziria a quantidade de carros nas ruas não é respeitada e que recursos como o "carpooling", que significa pegar carona em um veículo que já leva passageiros, ainda são pouco utilizados.
O que dizem as empresas?
O site The Verge entrou em contato com as marcas para saber a visão delas sobre a pesquisa. Uber afirmou que "discorda em causas de congestionamento", enquanto Lyft aponta outras possíveis explicações, como "crescimento de turismo, de entregas comerciais e de veículo de frete".
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