Empresas de ônibus agora querem o fim do Uber Juntos

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A Uber e outras aplicativos de transporte particular têm mais uma pedreira pela frente: depois de enfrentar as empresas de táxi, agora as empresas de ônibus têm os aplicativos como alvo. Segundo o G1, a modalidade Uber Juntos, que permite a usuários realizarem o mesmo trajeto e dividirem o valor da conta, é o motivo da nova discórdia.

Empresas de ônibus fizeram queixas em São Paulo, Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Aracaju (SE) e Maceió (AL), além de nove cidades do Rio de Janeiro. A alegação dessas empresas é que o serviço da Uber fica configurada como “transporte coletivo irregular” ao oferecer a modalidade Juntos. As empresas já acionaram o poder público para barrar a opção no aplicativo.

Atualização com posicionamento da Uber: apesar de operadoras de 15 cidades estarem pedindo o fim do Uber Juntos, a modalidade só funciona em 6: Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Vale ressaltar que ela fica ativa somente na parte mais central das cidades, onde mais pessoas em menos carros é ainda mais importante porque são áreas onde existe mais trânsito.

Uber Juntos começa a valer mais a pena do que andar de ônibus por R$ 4,30, dependendo do caso

Especificamente em São Paulo, os consórcios ainda pedem uma compensação por “prejuízos decorrentes da perda de passageiros”. A alegação também envolve a “concorrência direta e predatória” com a Uber; as empresas acreditam que a concorrência existe e é predatório porque a Uber não está “submetido às mesmas regras que eles, como a necessidade de contrato por licitação, regulação e preços fixados, a obrigatoriedade de rodar em regiões e horários de pouco movimento, além da gratuidade para idosos e estudantes”, escreve o G1.

O maior medo das empresas de ônibus é que, com o tempo, os carros do Uber Juntos evoluam para veículos com capacidade de transportar mais pessoas do que apenas quatro. Na China, isso já existe.

"Isso pode crescer se o modal sair do automóvel e passar para uma van, por exemplo. Esses são os riscos que a gente tem pensado", diz o presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha. "É o táxi lotação travestido de nova tecnologia". A NTU ainda afirma que os ônibus podem ter perdido entre 5% até 7% de usuários por causa da nova modalidade da Uber.

Em SP, a tarifa de ônibus foi recentemente reajustada para R$ 4,30, uma média de 6,45% acima da inflação oficial do ano passado

Por outro lado, o aplicativo respondeu que o Juntos não é um transporte coletivo. É “um sistema que combina viagens individuais com trajetos convergentes para compartilhar o mesmo veículo”, e que foi criado para "colocar mais pessoas em menos carros” ao complementar o transporte público e ampliar o acesso dos usuários à rede pública.

Em São Paulo, a tarifa de ônibus foi recentemente reajustada para R$ 4,30, uma média de 6,45% acima da inflação oficial do ano passado, de 3,75%. Com o valor extremamente alto para um transporte “público”, talvez seja a hora das empresas de ônibus se adequarem com as novas tecnologias e necessidades de cidadãos — como vem acontecendo com a empresas de táxi.

Fontes

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