Construir e tornar cidades mais inteligentes significa pensar em cada aspecto de modo sustentável, conectado e multifuncional. Para atingir esse objetivo, os postes de luz poderiam ser os primeiros a receber mudanças. Eles são essenciais para a iluminação do espaço urbano pelo qual transitamos todos os dias, e, devido à sua estrutura poderiam também acumular outras funções tão importantes para o mundo moderno. Diante dessa proposta, alguns países já estão avaliando a possibilidade de iniciar projetos alinhados com essa lógica.
Recentemente, no Congresso Internacional de Governos Locais e Cidades Inteligentes (Smart Cities) realizado no Chile, um plano com uma solução semelhante foi apresentada por empresas de telecomunicações e pelo Comitê de Transformação Digital do governo. O projeto propõe a inclusão de infraestruturas com iluminação e redes Wi-Fi para toda a comunidade do país. A alternativa faz parte do lançamento do Plano Nacional de País Inteligente, que promove a tecnologia como meio de desenvolvimento nacional.
Na ocasião, Cristián Casanova, diretor de Relações Públicas para a América Latina da American Tower — empresa de telecomunicações —, apontou que “os municípios têm um papel relevante, porque cada vez mais eles estão envolvidos na expansão da infraestrutura de telecomunicações com políticas públicas focadas na implementação sustentável. De acordo com as necessidades de conectividade, as comunidades terão maiores possibilidades de acessar os benefícios dela.” O desafio agora é promover meios regulatórios para tornar o projeto uma realidade por lá.
Philips aposta em solução para iluminação e conectividade urbana
A solução de iluminação e conectividade de forma integrada já foi criada pela Philips. A empresa, em parceria com a Ericsson, apresentou no Congresso Mundial de Mobile 2017 postes inteligentes, com fornecimento de banda larga. Segundo a Philips, a tecnologia é composta por luz de LED e pequenas células da Ericsson. Além disso, a iluminação pode ser controlada remotamente por meio de um sistema em nuvem intitulado “Philips CityTouch”.
Para ela, essa ainda seria uma forma de ampliar a rede de transmissão de rádio e internet sem comprometer a paisagem e espaço urbano. O protótipo exposto segue o modelo de postes presente em cidades europeias, e prestariam sua multifuncionalidade com baixo impacto visual e transformação ambiental. Também poderia ser adaptado em postes já existentes. Nos Estados Unidos, a Philips também se uniu à American Tower para desenvolver um projeto de implantação de 200 postes inteligentes em Huntington Beach, Califórnia. As estruturas terão miniequipamentos de telecomunicações, que devem disponibilizar o acesso à internet 4G e 5G. As companhias, no entanto, não informaram quando isso deve ser colocado em prática.
Esse tipo de solução poderia trazer outros benefícios de eficiência urbana, com base na lógica da Internet das Coisas, como a integração de softwares e sensores para avaliar e informar os cidadãos sobre condições climáticas e de tráfego. Poderiam também ser um instrumento para sistemas de alerta de segurança e ponto de carregamento de carros elétricos. Com isso, nota-se que um simples poste poderia transformar, e muito, a forma como nos movimentamos pelas cidades diariamente.
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