O governo da China está colocando em prática um programa que torna obrigatória a instalação de chips RFID (identificador de radiofrequência) em veículos novos do país a partir do próximo ano. A justificativa do governo é que a medida vai atuar no monitoramento da emissão de gases poluentes, uma das prioridades do presidente Xi Jinping.
Esses chips seriam instalados nos para-brisas dos carros e ajudariam o governo a estudar os congestionamentos nas grandes cidades para tentar resolver os problemas de trânsito. No entanto, isso não quer dizer que a localização do carro é transmitida em tempo real, como acontece com a tecnologia de GPS.
O governo chinês ainda não deixou claro que tipo de informação vai coletar com os novos chips, mas a medida levanta suspeitas por parte de quem defende o direito à privacidade. Afinal, estamos falando da mesma nação que criou um sistema de pontuação social e tem um esquema avançado de detecção facial atrelado a milhões de câmeras espalhadas pelo país.
Brasil também pode ter chips em carros nos próximos anos
Apesar de tudo, colocar chips nos automóveis não é uma ideia nova. No Brasil, esse tipo de tecnologia é muito utilizado para o pagamento automático de pedágios, por exemplo. Desde 2012, o governo brasileiro tenta tornar a instalação dos chips obrigatória, mas o projeto nunca vai para frente.
Roraima foi o primeiro estado do país a iniciar o processo de emplacamento eletrônico, mas o teste não deu muito certo. A Defensoria Pública fez uma petição pedindo o cancelamento da obrigatoriedade dos chips, que acabou sendo suspensa pelos deputados estaduais, em votação na Assembleia Legislativa.
Agora, a expectativa é que o processo seja feito com as novas placas do Mercosul, que serão utilizadas a partir de setembro deste ano e devem vir de fábrica com os chips. Até 31 de dezembro de 2023, todos os automóveis do Brasil terão que utilizar a nova placa.
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