A primeira experiência de um usuário de cadeira de rodas nas ruas de uma cidade provavelmente não é agradável. Diversos obstáculos, dificuldades, falta de empatia e pouca acessibilidade são alguns dos problemas encontrados diariamente. Pensando nisso, os designers da Fjord, uma consultoria global em design e inovação, formaram uma equipe e desenvolveram um sistema para ajudar as pessoas que precisarão utilizar cadeira de rodas pela primeira vez, indiferente do problema.
Baseado em um ambiente 3D, ele simula formas realistas e tarefas comuns no cotidiano de um cadeirante – esses dados através de entrevistas, fóruns e recursos online. Outro componente do protótipo é uma cadeira de rodas estacionária equipada com sensores de rastreamento de movimento customizados. E o principal: um óculos de realidade virtual para que o processo de imersão seja o mais próximo possível do que ocorrerá nas ruas.
Como funciona?
Para que as situações sejam as mais próximas possíveis da realidade, o usuário senta na cadeira de rodas e coloca um fone de ouvido e óculos de RV. Conforme ele movimenta, o ambiente virtual vai atualizando em tempo real e transmitindo informações para o simulador. O objetivo é conseguir ensinar ao usuário a avaliar o espaço, perceber pedestres e fluxo de tráfego e tomar decisões a partir disso.
Parece jogo, mas não é
Preocupados com a banalização do projeto, os desenvolvedores deixaram de lado aspectos como realidade gráfica e detalhes foram deixados de lado para que o foco não fosse esquecido. “Quando você transforma algo em um jogo, ele faz o oposto da empatia”, afirma John Jones, um dos executivos de estratégia da Fjord. A equipe ainda trabalha para refinar a simulação, adicionando mais situações, como subida de escadas e solavancos.
A Fjord pertence à Accenture, empresa que trabalha com consultoria de gestão e serviços profissionais. Ela auxiliará o projeto a se associar a diferentes clientes para que os testes sejam feitos e, eventualmente, levar a tecnologia ao mercado. Outra oportunidade percebida pela equipe foi a de tornar a experiência acessível a não usuários de cadeira de rodas, para que eles percebam o quão difícil é utilizar uma e desenvolvam maior empatia.
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