A Microsoft já vende há algum tempo o Surface 3, a terceira geração do tablet da empresa, mas parece que a linha ainda não conquistou o mercado. Pior: de acordo com o Computer World, ela custa caro para a Microsoft, que fica no vermelho na área.
Por meio de cálculos usando dados publicados pela empresa ao longo dos anos e apresentados em eventos e no relatório fiscal da companhia, o site concluiu que a empresa já perdeu US$ 1,7 bilhão desde que o "Surface 1" foi lançado, em 2012.
O número é impressionante, mas não parece ser o suficiente para que a Microsoft desista desse mercado mais elitizado de tablets. Analistas acreditam, entretanto, que o CEO Satya Nadella não seja tão "bonzinho" com perdas e falhas quanto o anterior, Steve Ballmer — e, com a divisão mobile da Nokia também na jogada, a possibilidade de que o Surface não dure muito mais tempo caso continue fracassando é grande.
Acompanhe o cálculo
De acordo com um documento publicado na U.S. Securities and Exchange Commission (SEC) em julho deste ano, o rendimento do Surface no trimestre que terminou em 30 de junho foi de US$ 409 milhões. O problema é que a empresa não revelou junto o custo disso tudo, que é a soma de gastos com fabricação, distribuição e marketing, entre outros.
Esse valor pode ser encontrado em um outro relatório, o 10-K, publicado na semana passada. No trimestre citado, o custo de rendimento foi de US$ 772 milhões — ou seja, saldo final negativo de US$ 363 milhões. No ano fiscal de 2014, o total perdido pela Microsoft foi de cerca de US$ 676 milhões e, no de 2013 (que começa em 2012, quando o Surface saiu), a perda foi de US$ 1,04 bilhão.
Esse dinheiro perdido representa somente 3% da margem bruta da Microsoft no ano fiscal de 2014, mas "consertar" a divisão de tablets faria com que ela rendesse ao menos 1% ao ano de lucro — o que, no caso de uma empresa que já faz uma quantia absurda de dinheiro, é bastante coisa. Em resumo, a Microsoft nunca ganhou com o Surface: a grana que entrou foi usada para cobrir os próprios gastos com o aparelho e nem assim eles conseguiram cobrir todo o rombo financeiro.
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