'Terrorismo doméstico': FBI cria força-tarefa para investigar ataques e manifestações contra a Tesla
Os atos miram o CEO da montadora de carros elétricos, Elon Musk, por conta de suas ações à frente do DOGE.

Fonte: Getty Images
O Departamento Federal de Investigações dos Estados Unidos (FBI) anunciou na segunda-feira (24) a criação de uma força-tarefa que ficará responsável por investigar os ataques às concessionárias da Tesla ocorridos nas últimas semanas, em várias cidades. O caso passou a ser tratado como “terrorismo doméstico”.
De acordo com o New York Post, o grupo é formado por 10 pessoas, incluindo agentes especiais e analistas de inteligência da Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF). Membros da Divisão de Contraterrorismo do FBI ligados à Seção de Operações de Terrorismo Doméstico e Armas de Destruição em Massa também foram convocados.
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“O FBI vem investigando o aumento de atividades violentas contra a Tesla e, nos últimos dias, tomamos medidas adicionais para reprimir e coordenar nossa resposta. Isto é terrorismo doméstico. Os responsáveis serão perseguidos, capturados e levados à justiça”, afirmou o diretor da entidade, Kash Patel, em seu perfil oficial no X.
Esse anúncio aconteceu horas depois que a polícia encontrou diversos dispositivos incendiários em um showroom da Tesla em Austin, no Texas. Somente em março, as autoridades locais registraram pelo menos 48 casos semelhantes, envolvendo também ataques às estações de carregamento dos carros elétricos da montadora.
Por que as concessionárias da Tesla estão sendo atacadas?

Os ataques às lojas da Tesla se intensificaram desde que o CEO da empresa, Elon Musk, assumiu o cargo de diretor do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (DOGE) a convite do presidente Donald Trump. Nesta função, o bilionário atua realizando cortes de gastos em órgãos da administração federal.
Acesso a dados sensíveis da população, cancelamentos de contratos de programas humanitários e reduções no quadro de pessoal em áreas como a tecnologia também geraram descontentamento entre funcionários e ativistas. Tais ações levaram a protestos nos EUA e até no exterior contra as medidas de Musk, movimento denominado “Tesla Takeover”.
Além de lojas destruídas e estações de carregamento incendiadas, os atos resultaram em vários carros da marca vandalizados. Automóveis e concessionárias da marca também foram pichados com xingamentos ao chefe do DOGE, alguns o chamando de “nazista”.
Os manifestantes ainda promoveram atos pacíficos em frente às lojas e fábricas da Tesla, comparecendo com vários cartazes criticando Musk. Um grande protesto está programado para o dia 29 de março, com a organização estimando centenas de ações em todo o país, atos que serão monitorados pelo FBI.
Trump e Musk condenam ataques

Comentando sobre os ataques à Tesla, Donald Trump prometeu uma resposta dura contra os responsáveis pelas manifestações violentas direcionadas à empresa do seu conselheiro. Recentemente, o presidente dos EUA sugeriu que os detidos cumpram penas de 20 anos de prisão em El Salvador, onde o país alugou presídios.
A procuradora-geral, Pam Bondi, também se pronunciou a respeito do caso, afirmando que vários suspeitos de ligação com os atos de vandalismo foram presos nos últimos dias. Já Musk chamou as pessoas que estão incendiando carros da Tesla de “psicopatas”.
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O bilionário tem usado seu perfil no X para condenar os atos, dizendo em um dos posts que a montadora “não fez nada de errado para merecer esses ataques malignos”. Além disso, ele acusou “organizações de esquerda”, alegando que elas participam e financiam as manifestações.
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Especialista em Redator
Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.