Gerente executivo da Intel até o fim do ano passado, Pat Gelsinger está de casa nova — e ela está longe de ter o mesmo tamanho do seu antigo emprego. O empresário agora será o presidente do conselho e chefe do setor de tecnologia da Gloo, uma empresa de tecnologia focada no setor religioso.
A própria companhia confirmou a novidade, com Gelsinger posteriormente falando sobre o tema em seu perfil do LinkedIn. Ele mesmo já estava envolvido com a Gloo desde 2018, seja a partir de investimentos ou então como presidente não-executivo do conselho.
"O foco da Gloo em criar uma plataforma tecnológica que conecta e catalisa o ecossistema da fé se alinha perfeitamente com a minha própria ideia de propósito", disse o executivo. No novo cargo, ele vai supervisionar o desenvolvimento de novos produtos e soluções.
O que a Gloo faz?
A Gloo é uma empresa de tecnologia voltada para ecossistemas religiosos, como igrejas e organizações filantrópicas. A ideia da companhia é conectar fiéis com líderes dessas comunidades a partir de produtos e soluções variados.
Alguns dos recursos já lançados pela companhia incluem o Gloo Workspace, um ambiente de trabalho que possui ferramentas digitais para uma congregação — como um mensageiro próprio, um catálogo de sermões e até relatórios sobre o andamento da comunidade.

Além disso, ela agora está promovendo a Gloo AI, um serviço de inteligência artificial que pode funcionar até como chatbot conselheiro para pessoas com questões sobre fé.
"Agora e mais do que nunca, há uma enorme necessidade para que comunidades baseadas na fé tenham um papel ativo em garantir que nós vamos moldar a tecnologia como uma força do bem", disse Pat no LinkedIn. A companhia já tem mais de 100 mil usuários parceiros e é uma das maiores do mundo nesse segmento.
A trajetória de Pat Gelsinger na Intel
A escolha da empresa pode soar estranho em um primeiro momento, mas o executivo — que também foi CEO da VMware anteriormente — tem uma longa trajetória de conexão com a própria Gloo e a religião.
Ele é descrito como "um cristão de longa data" que já atuou em San Francisco, nos EUA, para expandir o número de membros da igreja na região. Em um dos piores dias da recente crise da Intel, Gelsinger até virou notícia por publicar versos bíblicos em seu perfil do Twitter — o que soou quase como um pedido de oração, mas que para ele era um tema rotineiro.
Engenheiro com mestrado na área da engenharia elétrica e ciência da computação em Stanford, Gelsinger entrou para a Intel em 1979 e subiu na empresa, chegando ao cargo de gerente de tecnologia e vice-presidente. Ele se destacou por criações como o processador 80486 de 4ª geração, além de supervisionar linhas como Intel Core e Intel Xeon.
Em 2009, Pat deixou a companhia para comandar a VMware e ficou lá por nove anos. Ele então voltou à Intel em 2021, agora no cargo de gerente executivo e com uma tarefa difícil pela frente. A empresa agora atravessava momentos turbulentos e que ficariam ainda piores pela alta concorrência e a estagnação em certos mercados, como o de IA.

Como tentativa de equilibrar as contas, a Intel demitiu 15% dos funcionários para cortar custos em 2024 e começou a traçar uma estratégia para se reerguer. Em dezembro, Gelsinger deixou o cargo e "se aposentou" da Intel — o que mais tarde foi revelado como resultado de brigas entre ele e o conselho da empresa por discordâncias no plano de reestruturação da marca.
Quer conhecer mais sobre a origem e o desenvolvimento da empresa ícone do mercado de processadores? Então confira o vídeo do TecMundo sobre a história da Intel!
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