Já passamos do momento em que a comunicação interna era associada apenas à disseminação de informações, muitas vezes de forma unidirecional e engessada.
Já temos dados que comprovam o impacto desse setor nos resultados das empresas; segundo o relatório McKinsey "Future of Work 2023", uma companhia com mil colaboradores perde em média R$ 12,5 milhões por ano com comunicação ineficiente, e o custo médio de retrabalho causado por informações desatualizadas é de R$ 8.400 por pessoa/ano.
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E a verdade é que ainda enfrentamos muitos desafios com a comunicação interna - o que estimula essas perdas financeiras. Por exemplo, equipes gastam 28% do seu tempo gerenciando comunicações ineficientes, 57% das reuniões são consideradas improdutivas e 3.5 horas diárias são perdidas procurando informações. Todos esses dados são da pesquisa “Estado do Workplace 2023” da Gallup.
Por isso, é preciso ficar de olho nas soluções que aprimoram o setor e evitam esse tipo de cenário. Com base na experiência de mais de 100 clientes de soluções corporativas atendidos e na minha própria análise do mercado, percebi cinco principais tendências da comunicação interna para qual toda empresa deveria se atentar.
A primeira delas, e não adianta pensar que já é assunto batido, é a Inteligência Artificial. A IA é uma das peças centrais da área e sua influência só tende a crescer. O foco é na personalização de conteúdo em escala, o que garante que cada pessoa colaboradora receba informações relevantes para o seu contexto, na hora certa e do jeito certo.
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Além disso, ela possibilita a análise preditiva do engajamento e a automação de tarefas repetitivas. Essas funcionalidades liberam tempo para que profissionais de comunicação foquem em atividades estratégicas e criativas e reduzem custos operacionais.
Como segunda tendência, aponto a comunicação interna baseada em dados, essencial para empresas que querem otimizar estratégias e tomadas de decisões. Com métricas de engajamento em tempo real e análises detalhadas, é possível entender o que realmente funciona, calcular o ROI de forma concreta, enfim, tirar a área do campo do "intuitivo" e posicioná-la como um investimento mensurável.
As experiências digitais da equipe, terceiro item que merece destaque, também têm ganhado força no setor, com uma crescente expectativa por ferramentas que sejam intuitivas, fluidas e eficientes. Para 2025 espera-se que as empresas invistam em designs centrados na pessoa usuária, com interfaces que simplificam processos e reduzem frustrações.
A integração multiplataforma desempenha um papel fundamental nesse cenário, garantindo que a comunicação funcione perfeitamente em dispositivos móveis ou desktops e em diferentes sistemas. O conceito de "mobile first" já domina as conversas nas organizações, incluindo nesse aspecto.
O quarto ponto importante é a comunicação consciente, que tem sido adotada como forma de mitigar a sobrecarga informacional que afeta diretamente a produtividade e a saúde mental das equipes. Essa abordagem inclui práticas como o uso da comunicação assíncrona e o direito à desconexão, permitindo que as pessoas interajam e respondam no seu tempo, sem a pressão de estar sempre online, com limites claros entre vida profissional e pessoal.
Por fim, e como quinta tendência, destaco os princípios de ESG (Ambiental, Social e de Governança), que passaram a ser indispensáveis na comunicação interna. Isso implica um foco maior na transparência de métricas e no engajamento com causas importantes para o time e para a sociedade. Significa compartilhar metas, avanços e desafios de forma honesta e regular, com prestação de contas. As pessoas querem saber que fazem parte de uma organização ética, responsável e genuinamente comprometida com as causas com as quais se envolvem.
Como é possível perceber, as tendências não são apenas tecnológicas, mas também culturais. A forma como tratamos a comunicação interna é uma transformação que deve se fortalecer nos próximos anos, e toda empresa que quer uma equipe engajada e produtiva deve se manter atualizada em todos esses sentidos.
***Andréa Migliori, CEO da Workhub, uma HRTech de soluções para portais corporativos, pioneira no segmento a incorporar inteligência artificial aos seus serviços.
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