Retrospectiva 2024: os 8 maiores fiascos e fracassos da tecnologia

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O ano de 2024 foi marcado por uma série de novidades no campo da tecnologia, do avanço de chatbots de inteligência artificial (IA) e smartphones de ponta até o provável início da indústria de óculos inteligentes.

Ainda assim, os últimos meses também registraram destaques negativos — decisões controversas de empresas, produtos de qualidade questionável e até uma falha global que só provou o quanto estamos dependentes de poucos sistemas para tarefas essenciais.

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A seguir, o TecMundo reuniu alguns dos fiascos do campo da tecnologia. A lista não tem ordem definida e, sem dúvidas, poderia ter o acréscimo de ainda mais itens e momentos que não deixam as melhores lembranças para a indústria.

1. Apagão cibernético da CrowdStrike

O mundo acordou caótico em 19 de julho, quando um "apagão cibernético" deixou bancos, aeroportos, empresas e vários outros estabelecimentos fora do ar por horas ou dias. A falha foi rapidamente detectada: uma incompatibilidade do Windows com uma atualização da plataforma de segurança da empresa CrowdStrike.

Voos foram adiados ou cancelados por causa do bug. (Imagem: GettyImages)
Voos foram adiados ou cancelados por causa do bug. (Imagem: GettyImages)

O bug gerou prejuízos enormes para várias companhias e obrigou as empresas a mudarem os próprios sistemas para evitar algo parecido. A CrowdStrike pediu desculpas pela situação, mas ainda vai encarar em 2025 ações judiciais movidas por marcas afetadas pela falha.

2. Humane AI Pin e Rabbit R1

Eletrônicos em miniatura com recursos de IA ainda não ficaram tão populares, mas 2024 foi o ano em que o mercado provou que não basta ter funções inteligentes para fazer sucesso. E dois dispositivos ousados serviram de exemplo negativo para comprovar esse ponto.

Um deles é o AI Pin, da startup Humane. Combinando projeção de tela na mão e recursos de IA como reconhecer objetos em fotos, o objeto futurista usado como uma presilha na roupa teve uma péssima recepção da imprensa especializada e foi mal em vendas. Como resultado, a marca agora busca um comprador para sobreviver.

O AI Pin e o Rabbit: lições para a indústria. (Imagem: Humane/Rabbit)
O AI Pin e o Rabbit: lições para a indústria. (Imagem: Humane/Rabbit)

O segundo é o Rabbit R1, um assistente de IA que pode fazer várias tarefas solicitadas pelo usuário, de buscas até tocar músicas ou pedir uma corrida via apps. Com a chegada de smartphones com IAs embutidas, esse aparelho se mostrou redundante. Para piorar, análises apontaram problemas de segurança e que ele era, na verdade, somente um dispositivo "turbinado" com Android.

3. IAs que alucinam e ferem direitos autorais

Apesar de múltiplos avanços impressionantes e estar cada vez mais presente no cotidiano dos usuários, as IAs também foram palco de muitas polêmicas, controvérsias e ilegalidades. A maior delas envolve problemas nas plataformas ou decisões tomadas pelas empresas da área.

IAs generativas preocuparam o mercado em 2024 por alguns erros graves. (Imagem: GettyImages)
IAs generativas preocuparam o mercado em 2024 por alguns erros graves. (Imagem: GettyImages)

Uma das questões envolve as "alucinações" dos chabots. O ano deixou mais do que provado que eles não estão preparados para lidar com temas sensíveis, como a saúde mental de jovens, e que são capazes de cometer erros propositais e entregar respostas totalmente incorretas, porém ditas com propriedade. A falta de filtros em serviços como o Grok, de Elon Musk, preocupa pela possibilidade de produção de desinformação.

Outra questão que deve ser um tema quente em 2025 é o uso de materiais protegidos por direitos autorais para treinar IAs. Várias empresas foram acusadas de usar conteúdos sem autorização em suas plataformas e, no caso da dona do ChatGPT, até a voz de Scarlett Johansson foi copiada em um serviço mesmo após receber a negativa da atriz.

4. Tesla Cybertruck

O grande lançamento da Tesla aconteceu no final de 2023, mas foi só nos meses seguintes que os problemas envolvendo a picape elétrica futurista Cybertruck começaram a aparecer. E eles não foram poucos, a ponto de obrigar a montadora a fazer sete recalls do veículo em 12 meses.

O Tesla Cybertruck. (Imagem: GettyImages)
O Tesla Cybertruck. (Imagem: GettyImages)

As falhas incluíram problemas no pedal do acelerador, na luz de pressão dos pneus, nas câmeras de visão traseiras e nos limpadores de para-brisas. Além disso, clientes têm reclamado de problemas de desgasta na lataria mesmo com pouco tempo de uso, além dos riscos do veículo no caso de acidentes com outros envolvidos.

O carro de Elon Musk ainda aumentou de preço mesmo após promessas de que não encareceria.

5. Microsoft Recall

Às vezes, produtos ou serviços com a melhor das intenções acaba lembrado por um motivo diferente. Foi o caso do Recall, ou Busca rápida em português, que deveria ser uma das principais novidades dos Copilot+ PCs, computadores de parceiras da Microsoft otimizados para IA.

Uma tela de resultados do Recall. (Imagem: Microsoft/Reprodução)
Uma tela de resultados do Recall. (Imagem: Microsoft/Reprodução)

O Recall responde ao usuário do Windows qualquer pergunta sobre a sua atividade, descrito como "uma nova maneira de procurar por coisas que você viu ou fez no PC". Para isso, entretanto, ele tira capturas de tela a cada cinco segundos — o que foi descrito como risco à cibersegurança.

A Microsoft adiou várias vezes o lançamento do serviço e só agora começou a oferecer gradualmente para a comunidade, com mudanças importantes e uma opção para mantê-lo desligado.

6. O app que "implodiu" a Sonos

A Sonos é uma empresa tradicional de equipamentos de áudio, mas viveu um 2024 caótico por causa de uma atualização no aplicativo para dispositivos móveis, que é também a forma de controlar os aparelhos da marca.

Problema no app que controla speakers durou meses sem solução. (Imagem: Sonos)
Problema no app que controla speakers durou meses sem solução. (Imagem: Sonos/Reprodução)

Lançado em maio, o redesign apresentou falhas graves e generalizadas que impediam o pareamento e uso de speakers, incluindo até funções básicas como o controle de volume. Só dois meses depois e com muitas reclamações, o CEO da Sonos pediu desculpas e passou o segundo semestre lançando atualizações para consertar os problemas.

A empresa ainda demitiu 6% da equipe para equilibrar as contas em meio ao caos, com a imagem já bastante prejudicada ficando ainda mais negativa.

7. O ano da Intel

A Intel talvez queira se esquecer de 2024 por vários motivos. Nos últimos meses, a gigante dos semicondutores viu as concorrentes dispararem em setores como o de GPUs, teve problemas graves em chips, demitiu 15 mil funcionários e apresentou um plano de reestruturação que ainda não é visto com bons olhos por investidores.

Pat Gelsinger, agora ex-CEO da Intel. (Imagem: GettyImages)
Pat Gelsinger, agora ex-CEO da Intel. (Imagem: GettyImages)

O CEO da empresa, Pat Gelsinger, anunciou a aposentadoria após confrontos com o conselho e a marca agora tentará se reabilitar. Os próximos meses serão importantes para a empresa reduzir os prejuízos, reconquistar o consumidor e diminuir a distância para rivais.

8. A explosão do "Jogo do Tigrinho" no Brasil

Enquanto o Brasil está prestes a regularizar e passar a fiscalizar de forma mais eficiente as casas de apostas, um segmento similar segue operando no país e virando cada vez mais um problema até de saúde pública. Trata-se do Jogo do Tigrinho e suas variantes de jogos de caça-níquel virtual.

O problema aqui vai além da existência do cassino virtual e inclui também a fiscalização ineficiente do governo e das plataformas digitais. Além de ser oferecido por "bets" suspeitas e sem garantias de pagamento, o jogo é usado por influenciadores a partir de publicidade enganosa e também em golpes nas redes sociais sob a promessa de ganhos altos.

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