Nesta terça-feira (17), a República Democrática do Congo apresentou queixas criminais contra subsidiárias da Apple em países como França e Bélgica por usarem minerais ilegais na cadeia produtiva da empresa. Segundo os advogados do governo, a empresa de Cupertino utiliza materiais cuja origem é de grupos armados responsáveis por mortes e diversos crimes.
O país, localizado na África Central, é um fonte rica em minérios conhecidos como 3T (estanho, tântalo e tungstênio) e ouro. Como esse conteúdo é importante para a fabricação de produtos da Maçã, a empresa usa diversos fornecedores para obtê-los em sua cadeia produtiva.
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No entanto, as queixas do Congo indicam que a companhia utiliza minerais saqueados no país e lavados em outros locais. Dessa forma, a Apple se tornaria cúmplice de crimes que ocorrem no Congo.
As alegações também apontam que a Apple France, Apple Retail France e Apple Retail Belgium teriam ocultado diversas situações ilegais, como crimes de guerra e lavagem de minerais. Essas subsidiárias também agiam para garantir que as cadeias de suprimento para consumidores estivesse sempre limpas, sem vestígios dos crimes.
Apple nega irregularidades
Em contrapartida, a Apple diz que não obtém os minerais primários diretamente, mas audita fornecedores, publica descobertas e financia órgãos que buscam melhorar a rastreabilidade dos materiais. Por exemplo, em 2019 a companhia instruiu que seus fornecedores excluíssem cinco refinarias que não passaram nessas auditorias.
Os advogados do Congo afirmam que enviaram as evidências à Apple que suas subsidiárias estariam usando minerais de conflito em abril, no entanto, a empresa não comentou os fatos publicamente. Porém, em 2023 a Maçã confirmou a autoridades norte-americanas que não utilizava refinarias relacionadas com minerais ilegais.
A escolha de França e Bélgica para realizar as queixas tem relação com o fato de ambos os países serem conhecidos por sua responsabilidade e cooperação. Todas as alegações serão analisadas pelos países, que decidirão dar continuidade à investigação ou não.