A Microsoft será formalmente investigada pela Federal Trade Commission (FTC), o órgão regulador de mercado dos Estados Unidos. A companhia foi alvo de denúncias sobre práticas anticompetitivas de mercado envolvendo produtos e serviços oferecidos em especial no setor corporativo.
De acordo com a documentação da FTC que oficializa a investigação, a dona do Windows é acusada de abusar do seu próprio poder de mercado a partir de uma série de práticas. A principal questão envolve a "venda casada" de serviços por parte da marca, em especial por oferecer um pacote de softwares de produtividade e segurança junto com as ofertas de computação na nuvem.
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Além de reduzir o espaço da concorrência, a companhia também prejudicaria as rivais em especial no campo da inteligência artificial (IA) e da cibersegurança ao "prender" clientes e dificultar a migração do serviço da companhia, o Azure, para outras plataformas.
Por enquanto, Microsoft e FTC não se pronunciaram oficialmente sobre o caso. A próxima etapa do processo deve envolver uma série de reuniões da instituição com as concorrentes e a própria Microsoft, que terá que fornecer vários documentos dos contratos nas áreas citadas na investigação.
O que pode acontecer com a Microsoft?
Caso seja considerada culpada das acusações de práticas anticompetitivas de mercado, a Microsoft pode ser multada por prejudicar concorrentes e até ser obrigada a acabar com a oferta de "pacotes" de serviços a clientes corporativos sem abrir espaço para competidoras.
Na pior das hipóteses, ela pode até ser obrigada a separar uma dessas divisões para seguir ofertando todos os serviços. Esse é o caso atual da Google, que em um processo em andamento do Departamento de Justiça dos EUA indicou que ela terá que vender o navegador Google Chrome para escapar de acusações de monopólio.
- Saiba mais: Google terá que vender o Chrome para desfazer monopólio, defende Departamento de Justiça dos EUA
A própria Microsoft recentemente teve desavenças com a FTC. A autoridade tentou impedir a compra da Activision Blizzard pela companhia e, mesmo perdendo nos tribunais, "deu uma bronca" na marca quando ela fez demissões em massa no setor mesmo após garantir o contrário.
Ainda assim, é também possível que esse caso tome outros rumos. A partir de janeiro de 2025, a FTC mudará de comando e a pessoa a ser escolhida pelo futuro presidente do país, Donald Trump, pode ter um comportamento menos agressivo contra as gigantes de tecnologia do país. A atual chefe do órgão, Lina Khan, se notabilizou nos últimos anos por abrir processos contra várias das Big Tech solicitando mudanças no mercado a favor da competitividade.
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