A Amazon anunciou ontem (14) que atingiu a marca de 100 polos logísticos espalhados pelo Brasil. Este número é composto por 90 estações de entrega e outros 10 centros de distribuição (CDs).
O TecMundo foi convidado para conhecer uma das estações de entrega da empresa – localizada em Embu das Artes (SP) –, e lá a gigante do comércio eletrônico apresentou seu balanço mais recente.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Enquanto os CDs são onde as mercadorias são armazenadas, as estações de entrega são a “última milha”. É nestes locais que os entregadores parceiros da empresa vão para retirar os itens e levar até as casas dos clientes.
A @amazonbrasil convidou o @tec_mundo pra conhecer um dos cem polos de entregas da empresa (esse aí fica em Embu das Artes).
— Carlos Palmeira (@chpalmeira) August 15, 2024
Se liga ?? pic.twitter.com/z0Rtbm37sl
Rafael Caldas, líder da Amazon Logistics no Brasil, explicou que as estações efetuam entregas para pessoas que moram no máximo a uma hora de distância. O local visitado pela reportagem entrega em parte da grande São Paulo e também na Zona Oeste da capital paulista, por exemplo.
“Os produtos ficam no armazém em Cajamar (SP). Lá os pedidos são processados e depois enviados para as estações de entrega às 2h [da madrugada]. Quando eles chegam aqui em Embu das Artes, por exemplo, eles são armazenados e preparados para a retirada dos motoristas”, pontuou.
Na estação de Embu, há um misto de tecnologia e operação humana. Enquanto as rotas são preparadas para os motoristas com ajuda de IA, por exemplo, os colaboradores passam o scanner nos produtos em uma lógica meio de gamificação.
“Os telões vão mostrando a quantidade de pacotes que eles já escanearam e eles podem competir de forma saudável com os colegas”, acrescentou Caldas.
Como funciona a lógica das entregas?
Ao contrário de outras marcas do comércio eletrônico que terceirizam todo o processo de armazenagem do estoque de produtos, a Amazon tem sua própria subsidiária. No caso, a Amazon Logistics é a responsável por toda essa coordenação de recebimento e entrega dos produtos – que são vendidos em 99% dos casos por pequenas e médias empresas através do marketplace.
E a companhia também terceiriza parte do negócio no terço final. Os entregadores – que integram o programa de Delivery Service Partner, ou DSP – são terceirizados e recebem por horas de trabalho e perfil do veículo.
Ao todo, atualmente são 41 empresas de entrega que trabalham com a Amazon, que tem à disposição cerca de 3 mil motoristas no país inteiro. Para entregar as compras na sua casa, esses motoristas carregam o veículo em apenas 15 minutos no centro de Embu.
De acordo com a Amazon, a empresa tem mais de 18 mil funcionários diretos e indiretos. (Imagem: Amazon/Divulgação)
“Ele mesmo (entregador) estaciona dentro das estações e carrega o veículo. Depois, ele recebe a rota de entregas em um sistema completo que prevê tempo de parada e descanso. Caso o motorista passe por algo inesperado, como uma batida, ou faça uma parada que não foi notificada, o app oferece um veículo de resgate para pegar os produtos e continuar as entregas para não atrasar”, afirmou o executivo da Amazon.
A empresa garante que o sistema é bastante eficiente e que 99% das entregas são realizadas no tempo prometido. Até agora, em quatro anos de funcionamento da Amazon Logistics, nenhum parceiro de entrega teve o contrato de trabalho quebrado.
“A gente até prevê quebra de acordo em casos como não pagamento dos motoristas e desvio de cargas, e ainda temos métricas de avaliação de cada parceiro. Contudo, mesmo com avaliações baixas, nosso intuito não é punir, mas sim entender o que está acontecendo”, afirmou Caldas.
Além da Black Friday, a Amazon tem picos de vendas durante o Prime Day, e nestes períodos são contratados funcionários temporários. (Imagem: Amazon/Divulgação)
A Amazon revelou ainda que conta com iniciativas como a Favela Llog, que é uma empresa de logística especializada na distribuição de pacotes em 9 comunidades no estado de São Paulo.
Além de moradores das favelas, a iniciativa oferece oportunidade de trabalho para egressos do sistema prisional.
Entrega até de barco na Amazônia
Com presença no Brasil desde 2012 – quando Kindle foi lançado por aqui –, a Amazon considera a atuação no país um sucesso. Em 2019, a gigante do comércio eletrônico tinha apenas 1 CD e 1 milhão de produtos disponíveis à venda. Em agosto de 2024, o número saltou para 10 CDs e 100 milhões de produtos.
Prometendo entregas em todos os 5.570 municípios do país, a Amazon começou a entregar até mesmo para comunidades ribeirinhas do Amazonas. Há três meses, a empresa conta com um entregador que utiliza um barco.
O parceiro atravessa o Rio Negro para entregar produtos para moradores da Comunidade Catalão, que fica a cerca de 40 minutos da capital Manaus.
Categorias