A Intel anunciou nesta quinta-feira (01) uma rodada de demissões e novos planos para cortar custos da empresa. A decisão foi comunicada aos funcionários e toda a indústria em uma carta do CEO da companhia, Pat Gelsinger.
Ao todo, o planejamento envolve a redução de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 57 bilhões na cotação atual) em gastos atualmente realizados. Isso vai incluir o corte de 15% da atual força de trabalho da Intel, o que significa aproximadamente 15 mil empregos.
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"São notícias dolorosas para compartilhar. Sei que vai ser ainda mais difícil para vocês lerem. Esse tem sido um dia incrivelmente difícil para a Intel enquanto fazemos algumas das mudanças de maior consequência na história da empresa", avisou o CEO.
Na próxima semana, Gelsinger prometeu detalhar aos funcionários envolvidos os programas de aposentaria a quem atender os pré-requisitos ou demissão voluntária aos interessados. A maior parte dessas ações previstas no plano da empresa será executada no fim do ano, na tentativa de melhorar as finanças para 2025.
Pat Gelsinger, CEO da Intel. (Image: Getty Images)Fonte: GettyImages
Em 2023, já em modo de contenção de gastos, a companhia já havia feito uma rodada de demissões pela redução da demanda no setor de semicondutores e a ascensão de rivais, além de cortar benefícios e salários. No ano passado, ela registrou o maior prejuízo da história da empresa.
A atual situação da Intel
Fora as demissões, a Intel anunciou no mesmo dia alguns números do relatório fiscal da companhia para o terceiro trimestre do ano. Os resultados não são exatamente animadores e fizeram as ações da companhia caírem 13% nos instantes finais de negociação na Bolsa de Valores.
Além disso, a empresa registrou prejuízo de US$ 1,6 bilhão (R$ 9 bilhões) no segundo trimestre de 2024 — um crescimento das perdas em relação aos US$ 437 milhões (R$ 2,5 bilhões) negativos do começo do ano e revertendo o lucro do mesmo período do ano passado.
A queda brusca nas ações da Intel. (Imagem: Bloomberg/Reprodução)Fonte: Bloomberg
O setor de Foundry (fabricação de semicondutores) foi o que mais teve perdas, em especial pelo maior gasto em processos como a litografia ultravioleta e a abertura de novas fábricas. Do outro lado, porém, os ganhos ainda não são considerados o suficiente nem mesmo com bons desempenhos das divisões de PC e servidores.
Segundo o executivo, o problema da Intel hoje é um desequilíbrio no relatório financeiro, além de um crescimento no quadro de funcionários nos últimos quatro anos. Parte das soluções incluirá ainda automatizar e simplificar processos, além de reduzir o portfólio da empresa e suspender os dividendos no próximo trimestre para priorizar investimentos.
"Nós devemos alinhar nossa estrutura de custos com nosso novo modelo operacional e fundamentalmente mudar a forma com que operamos", disse o CEO. Ele citou ainda uma receita reduzida em relação ao que era esperado e baixo aproveitamento de temas que estão em alta, como inteligência artificial (IA).
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