O presidente Lula (PT) criticou a nova "taxa das blusinhas" aprovada no Congresso Nacional recentemente. O chefe do poder executivo opinou sobre o texto do Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação) durante uma entrevista à CBN, mas se comprometeu a aceitar o projeto.
"Eu pessoalmente acho equivocado taxar as pessoas humildes", disse o presidente Lula. "Essa foi minha divergência, por isso vetei, houve acordo e eu assumi o compromisso que eu aceitaria Pis e Cofins, que dá mais ou menos 20%. Isso está garantido", reforçou.
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O projeto de lei Mover foi aprovado no final de maio. O texto busca nivelar a competição entre o mercado nacional e internacional ao voltar a tributar produtos importados, sobrepondo a isenção do Programa Remessa Conforme.
Em entrevista, Lula questionou a "taxa das blusinhas", mas reafirmou seu compromisso em aceitar o projeto. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
Nova taxa para compras internacionais
Entre outras medidas, o novo projeto de lei taxa compras de até US$ 50 (cerca de R$ 270 na cotação atual) em 20% mais Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), definido em cerca de 17%. Inicialmente, a legislação buscava restaurar o imposto de importação federal em sua totalidade (60%), mas foi vetado pelo governo federal.
"Quem é que compra essas coisas de US$ 50? A minha mulher compra. Falei com o [vice-presidente] Alckmin: a sua mulher compra. Eu falei para o [ministro da Economia] Haddad: a sua filha compra, a sua mulher compra. Porque são coisas que estão aí, baratinhas. Coisas para pintura, para cabelo", argumentou Lula. "Por que taxar US$ 50? Por que taxar o pobre e não taxa o cara que vai no free shop gastar US$ 1 mil?", refletiu o presidente.
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