O presidente da Microsoft, Brad Smith, fez novos comentários sobre o presente e o futuro da inteligência artificial (IA). O executivo foi entrevistado pelo El País após a assinatura de um acordo entre a empresa e o governo espanhol para ampliar a infraestrutura da tecnologia na região.
Na conversa, Smith citou um novo plano encabeçado por ele, que deve começar nos Estados Unidos. O presidente, advogado por formação, deseja regulamentar uma espécie de "freio de segurança" para todas as IAs de grande porte.
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Na entrevista, ele comenta que é preciso seguir uma proporção simples: quanto mais poderosa uma tecnologia se torna, mais poderosos devem ser também os mecanismos de controle e proteção.
Um freio para a IA?
De acordo com ele, filmes como O Exterminador do Futuro são exagerados quanto à dominação das máquinas, mas trazem uma lição interessante. Em quase todas essas produções, uma das falhas da humanidade é não ter desenvolvido qualquer tipo de botão de emergência capaz de derrotar em definitivo os robôs.
"Nós deveríamos ter uma forma de desacelerar ou desligar a IA, em especial se ela está controlando um sistema automatizado como uma infraestrutura crítica", argumenta.
Brad Smith.Fonte: GettyImages
Smith comparou a criação desse tipo de recurso com um trem ou ônibus, veículos de grande porte que precisam ter um freio de emergência caso as coisas saiam do controle e nenhum outro mecanismo funcione.
Ele ainda reclamou que, em vários ambientes em que o tema é debatido, poucas são as preocupações com esse tipo de mudança.
Idealizada na metade de 2023, a regulamentação desse tipo de função foi proposta pelo executivo ao Senado dos Estados Unidos e deve entrar em debate em breve no país.
Uma das maiores invenções da humanidade
Na entrevista, Smith disse ainda que acha a IA "a invenção mais importante" desde a prensa móvel de Gutenberg. Ainda assim, ele acredita ser necessário um "nível de regulamentação que proteja a segurança das pessoas".
Além disso, ele refletiu sobre o debate de que a humanidade ficará mal acostumada com chatbots e não fará mais trabalhos criativos, deixando tudo nas mãos de um robô. Para ele, é preciso desde já ter noção de que a IA é apenas uma ferramenta.
As principais IAs do mercado hoje incluem o Copilot da Microsoft.Fonte: GettyImages
"Ela te ajuda, dá ideias, mas no fim das contas você precisa fazer um julgamento. (...) Use essa tecnologia nova para exercitar um julgamento melhor, ser mais criativo, desenvolver ideias, ajudar a escrever... Mas não devemos delegar ou terceirizar pensamento ou escrita para uma máquina. Isso seria um erro", complementa.
A Microsoft é uma das empresas que assinou recentemente um acordo com outras gigantes da tecnologia para combater a desinformação produzida por IA nas eleições de 2024. Ela é a dona do Copilot, chatbot que funciona a partir do modelo de linguagem de larga escala GPT, da OpenAI.
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