A Amazon virou alvo de processo coletivo nos Estados Unidos. O motivo é uma suposta prática que engana o consumidor e leva o usuário a comprar produtos mais caros no site e aplicativo.
Segundo o texto da ação judicial, o algoritmo da Amazon finge que disponibiliza ao público os itens mais em conta do produto pesquisado. Isso seria feito em especial por uma região no site que concentra os botões "Comprar agora" e "Adicionar ao carrinho".
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Os botões de atalho já direcionam você a um vendedor escolhido pela loja.Fonte: Amazon
Esses elementos de interface seriam prejudiciais ao público, colocados no ambiente de compras apenas para beneficiar certos vendedores terceirizados parceiros da Amazon que já pagam à empresa para cuidar de todo o processo de logística.
O que diz o processo contra a Amazon
De acordo com os consumidores autores do processo, 98% das vendas da Amazon são feitas de itens oferecidos na "Caixa de compras" (Buy Box, no termo original em inglês) porque o público é levado a acreditar que ali estão as melhores ofertas possíveis.
A presença dos atalhos seria uma forma de a Amazon garantir a confiança do público, quando, na verdade, ela está oferecendo um item que não é tão vantajoso assim ao comprador.
"O resultado é que o cliente com frequência paga caro demais por itens que estão disponíveis por outros vendedores na Amazon — isso não porque eles não ligam para o valor ou estão tomando decisões conscientes de compra, mas porque a Amazon escolheu exibir as ofertas para as quais ela vai ganhar a maior comissão", diz o texto do processo.
A ação judicial se embasa em investigações de autoridades europeias contra a companhia nos últimos anos. Em uma delas, a companhia foi processada em US$ 1 bilhão no Reino Unido por "abusar de sua posição de dominância" nesse mesmo espaço onde aparece o produto buscado pelo consumidor.
Prática de direcionar compras para certos vendedores é tida como irregular pelos autores do processo.Fonte: GettyImages
O processo diz representar "centenas de milhões de consumidores" que fizeram compras consideradas injustas desde 2016, mesmo sem ter noção disso até hoje. Ainda não há um valor estipulado para ser pedido pela empresa em compensação pela suposta ação criminosa.
A ação foi aberta em um tribunal de Washington, onde a companhia fica sediada, mas ainda não há uma data para que o caso seja avaliado por um juiz. Até o momento, a empresa ainda não se pronunciou sobre o caso.
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