O investimento e a parceria entre a gigante Microsoft e a OpenAI, empresa dona do ChatGPT, será investigada por um órgão regulador. O processo passará por uma avaliação na Competition and Markets Authority (CMA), que supervisiona práticas de mercado no Reino Unido.
De acordo com o comunicado oficial da CMA, o objetivo da investigação é avaliar se as recentes colaborações entre as duas companhias são próximas o bastante para serem consideras uma fusão. Caso isso seja confirmado, o estudo deve responder também quais seriam as consequências disso para o mercado de inteligência artificial (IA).
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O veredito da CMA será divulgado até 3 de janeiro de 2024. Na atual etapa, as duas companhias e outros interessados em participar da investigação foram convidados a entregar documentos e responder questionamentos sobre a aliança.
A Microsoft e a OpenAI se fundiram?
Segundo a CMA, há dúvidas sobre práticas anticompetitivas de mercado porque a relação entre Microsoft e OpenAI parece ser muito mais do que uma simples colaboração.
A dona do Windows é não apenas uma das maiores investidoras da companhia, controlando 49% da parte lucrativa da empresa, mas também utiliza com frequência seus serviços — o Copilot, que é a plataforma de IA da Microsoft, tem como principal modelo de linguagem atual o GPT-4 da OpenAI.
Sam Altman, CEO da OpenAI, foi por três dias funcionário da Microsoft.Fonte: Getty Images/Reprodução
Além disso, após a confusão que envolveu a demissão e o retorno de Sam Altman ao cargo de CEO, a Microsoft foi confirmada como "parte observadora" do conselho diretor da companhia. Foi esse grupo que considerou Altman inapto para o cargo, mas os integrantes também foram trocados após a reviravolta que quase resultou na contratação do executivo pela própria Microsoft.
O caso será considerado uma aquisição ou passagem de controle se uma das partes tiver "influência material, controle de fato ou mais de 50% dos direitos de voto sobre outra entidade ou mudança na natureza de controle de uma parte sobre a outra".
Se a fusão for confirmada, as companhias podem ter que responder nos tribunais por não realizarem formalmente a união, além de argumentarem por que isso não será prejudicial ao setor de IA.
A CMA não costuma pegar leve nas fiscalizações: o órgão britânico quase fez com que a aquisição da Activision Blizzard pela própria Microsoft não fosse concluída a tempo, sendo uma das únicas autoridades reguladoras do mundo a não autorizar a compra inicialmente.
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