Por Fernando Arditti.
O Brasil é um dos países da América Latina que mais vem se transformando digitalmente e, nesse aspecto, o potencial de crescimento ainda é enorme. Segundo estimativas da Brasscom, o setor de TI e Comunicação deve investir R$ 666 bilhões até 2026.
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Com um maior número de empresas privadas e públicas ampliando as jornadas digitais, existem certas mudanças culturais que devem ser feitas nas organizações para que esse processo tenha o resultado desejado. Uma das mais importantes é o envolvimento dos C-Level nessa caminhada.
Para que as estratégias de transformação digital sejam bem sucedidas, é necessário ter soluções robustas em todos os níveis para agilizar o trabalho das equipes. Mas em mercados tão dinâmicos e competitivos como os de hoje, só isso não basta.
É preciso que haja uma participação ativa e concreta de toda a liderança e é aqui que a importância do perfil do C-Level se torna mais preponderante. Quando falamos de tecnologia, o executivo responsável normalmente é o CIO, e a forma como ele organiza e coordena o trabalho é determinante para os negócios.
Segundo levantamento apresentado no Gartner IT Symposium/Xpo, no qual estive presente, CIOs que envolvem seus pares na coordenação e entregas tendem a ter melhores resultados nas implementações. Em empresas com CIOs com essa mentalidade, 63% das iniciativas digitais atingem ou superam as metas.
Por outro lado, quando o CIO é mais centralizador, a taxa de sucesso é de 43%. Vemos, portanto, que o envolvimento dos líderes de diversas áreas nos processos tecnológicos é um diferencial, já que possibilita maior interação e aproveitamento do conhecimento entre equipes de TI e de outros departamentos.
C-level: CIOs que envolvem seus pares na coordenação e entregas tendem a ter melhores resultados nas implementações.
A relevância cada vez mais significativa da tecnologia em diversos segmentos exige que outros C-Level além do CIO estejam atentos às tendências. É o caso de CEOs, que antes poderiam ter uma visão mais superficial das questões tecnológicas da companhia, mas que hoje entendem melhor como o investimento em tecnologia tem um impacto direto nos resultados.
Não por acaso, um estudo da IDC Brasil sobre o papel e importância dos líderes de TI em organizações de grande porte mostrou que 68% dos entrevistados destacaram sentir que as lideranças de TI estão mais próximas dos CEOs – um aumento em relação aos 64% de 2022. E 48% veem os CEOs como os maiores apoiadores da transformação digital. A maior participação dos CEOs fez crescer a confiança dos profissionais em TI, indo de 36% em 2022 para 68% neste ano.
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Todos esses dados apontam um avanço positivo na maturidade tecnológica de parte das empresas, o que é crucial para se manterem competitivas. Com as altas expectativas de expansão do setor de TI no Brasil em curto prazo, é fundamental compreender que a transformação digital é uma mudança cultural profunda e constante.
Variados C-Level, como CFOs, CSOs e CROs são alguns dos líderes além de CTOs e CEOs que se preparam para serem versáteis para atuarem em diferentes processos e na implementação de soluções dinâmicas e robustas que agilizam o trabalho, deixando os profissionais totalmente focados em desenvolver inovações para o negócio principal da companhia.
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Fernando Arditti é vice-presidente e gerente-geral da WSO2 na América Latina.
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