O Google paga à Apple cerca de 36% das receitas geradas com os anúncios que aparecem nos resultados de pesquisas feitas usando o buscador no Safari. É o que afirma uma testemunha ouvida durante o julgamento antitruste enfrentado pela gigante das buscas nos Estados Unidos, conforme relatou a Bloomberg na segunda-feira (13).
De acordo com a publicação, o professor da Universidade de Chicago, nos EUA, Kevin Murphy, foi o responsável por divulgar a informação, que até então era mantida em sigilo. O acadêmico é um dos principais especialistas em economia contratados pela empresa sediada em Mountain View.
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As pesquisas feitas no Google usando o Safari também rendem quantias consideráveis à Apple.Fonte: Getty Images/Reprodução
A alta porcentagem recebida pela Apple não chega a assustar, já que nos últimos dias foi divulgada a quantia enviada pela concorrente para ela manter o Google como buscador padrão em seus dispositivos, o equivalente a R$ 131 bilhões, em 2021. O vazamento também surgiu nos tribunais americanos.
Apesar de as duas rivais se manifestarem contra a revelação pública dos detalhes sobre o acordo secreto entre elas, uma série de dados importantes têm sido divulgados durante o julgamento. Algo que também veio à tona foi o pagamento feito às fabricantes de celulares Android para que elas forneçam atualizações constantes do sistema operacional.
Parceria de longa data
Como observa a reportagem, o Google é o mecanismo de busca padrão nos dispositivos da Apple desde 2002. Embora o acordo tenha passado por algumas revisões ao longo dos anos, continua bastante lucrativo para a gigante de Cupertino, ao mesmo tempo em que chamou a atenção dos reguladores americanos.
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, o pagamento feito pelo Google para se manter como a ferramenta de buscas padrão do iPhone e nos demais aparelhos da Maçã acaba minando a concorrência. Dessa forma, outros buscadores perdem a chance de crescer e se tornarem competitivos.
Mesmo com o buscador mais popular do mundo aparecendo como padrão em iPhones, iPads e Macs, o usuário pode modificar esta configuração, escolhendo o seu sistema de busca preferido, inclusive opções mais focadas na privacidade. Para tanto, é preciso acessar as configurações do navegador Safari e realizar as alterações.